La Paz

La Paz Agora sim! Quase um ano planejando e as férias passaram tão rápido… O melhor jeito de prolongá-las é contar tudo aqui. E quanto antes melhor, antes que algumas coisas se percam e os detalhes se apaguem. Então vamos lá! Na verdade, o nosso primeiro dia de viagem foi um chá de aeroportos. Saímos de Uberlândia às 7h rumo a São Paulo, aproveitando a sorte de conseguir uma tarifa super promocional da Gol. Em Congonhas ainda pudemos gastar um tempinho na fila da Anvisa para fazermos nossos Certificados Internacionais de Vacinação (que, apesar de obrigatório, não foi exigido em nenhum momento na viagem) e depois o translado para Guarulhos ainda demorou um pouco, mas ainda assim a nossa espera em Guarulhos se arrastou pela tarde em um aeroporto vazio no meio de um feriado. Mas tudo saiu conforme o esperado, sem atrasos ou contratempos, e às 18h embarcamos no vôo da Taca para La Paz, com escala em Lima.

Chegamos em El Alto, cidade na periferia de La Paz onde está localizado o aeroporto, quase às 2h da madrugada (lembrando que a Bolívia está atrasada uma hora em relação ao Brasil). Conforme o combinado, havia um motorista do hotel que havíamos reservado nos esperando. Nosso trajeto até o hotel durou cerca de 25 minutos e nossa primeira impressão de La Paz não foi muito agradável. Os prédios velhos e sem pintura, os carros também velhos nas ruas e a pobreza visível nos deixaram um pouco apreensivos. Foi inevitável aquela pergunta “O que eu tô fazendo aqui?”. Mas nada de conclusões precipitadas! La Paz se revela aos poucos, com seus defeitos e qualidades, e o que mais impressiona é que é simplesmente impossível explicar aquele caos que funciona!

La Paz

Atualização:  Já que mencionei o hotel, é bom falar também que ele não nos decepcionou. Ficamos no Hotel Rosario, um lugarzinho charmoso e com um quarto super confortável em uma localização perfeita para conhecer La Paz a pé. Recomendo!

Hotel Rosario La PazHotel Rosario La Paz

Depois de uma boa noite de sono, um café da manhã e um matezinho de coca para já prevenir os efeitos da altitude (não adiantou muito), saímos para explorar La Paz a luz do dia. Mal precisamos pisar na rua para começar a desvendá-la: muitas pessoas nas ruas, sempre carregando um monte de coisas nas mãos, nas costas, na cabeça… As calçadas tomadas por tudo que possa ser vendido: roupas, sapatos, comidas, eletrônicos… Supermercados não existem no centro de La Paz! No máximo uma portinha vendendo bolachas e refrigerantes. Tudo parece acontecer nas ruas.

Ruas de La Paz

Ruas de La Paz

Ruas de La PazRuas de La Paz

Nos disseram que encontraríamos grandes supermercados apenas na zona sul da cidade e também que essa região difere muito do centro, mas não pudemos ir lá conferir. Reparem também na fiação elétrica: impossível tirar uma foto em que ela não apareça.

La Paz

O trânsito é um capítulo a parte. Impossível descrevê-lo! O que impera é a buzina! Não sei se a dor de cabeça que me acompanhou na Bolívia era devido ao soroche ou ao incessante barulho das mesmas… Tudo é motivo para se buzinar: alguém que atravessa a rua, um cachorro, um carro que está na frente, uma pessoa qualquer na calçada que os taxistas insistem em ver como um cliente em potencial ou simplesmente a vontade de buzinar! Atravessar as ruas era sempre uma aventura. Nessa região, não existem semáforos, sinais de PARE, faixas de pedestre. Com o tempo a gente vai se familiarizando e começa a fazer como eles: vai no meio dos carros mesmo e seja o que Deus quiser! Destaque para os ônibus urbanos super estilosos. Encontramos alguns parecidos também em Lima.

Ônibus em La Paz

Pela manhã exploramos bastante os arredores das calles Illampu, Sagárnaga e Santa Cruz, onde se concentram a maioria das agências de turismo da cidade, além, é claro, da Calle Linares, também conhecida como Calle de las Brujas. Nessa rua estão concentradas as lojas e tendas de artesanato e tudo é muito barato. Mas vale a pena pesquisar, pode haver muita diferença de preços entre uma loja e outra! É aí também que fica o Museo de la Coca.

La Paz
Museo de la Coca - La PazCalle de las Brujas
Lojinha em La Paz

Depois descemos até a Plaza San Francisco. A igreja foi construída em 1548, um ano depois da fundação de La Paz. Dizem que por dentro ela é tão impressionante quanto por fora, mas eu não entrei para poder garantir.

La Paz (9)La Paz (9a)

Dali seguimos pela 16 de Julio, uma avenida larga e bonita que liga as Plazas San Francisco e Venezuela e onde estão alguns dos poucos prédios altos da cidade.

Avenida 16 de Julio - La Paz

À tarde fomos conhecer a Plaza Murillo. No caminho já avistamos vários prédios antigos, imponentes e belíssimos. A região é bem policiada, pois abriga diversos prédios públicos, mas nada se compara à praça. Linda! Rodeada de lindos prédios bem conservados, com muito verde e o melhor de tudo: com muita gente! As pessoas vão à praça ler, relaxar, ficar com os filhos ou simplesmente espantar o frio sob o sol.

Plaza Murillo

Plaza Murillo

Plaza MurilloChola da Plaza Murillo

Arredores da Plaza Murillo

Arredores da Plaza MurilloArredores da Plaza Murillo

Fizemos como os paceños e nos deixamos ficar um pouco por ali passando o tempo. Sem contar que a essa altura o soroche já tinha nos pegado. Não sei se andamos demais já no primeiro dia, mas a falta de ar e a dor-de-cabeça se instalaram. Eu tinha que parar a cada quadra e sentar um pouquinho… Na verdade a falta de ar me acompanhou por vários dias e só acabou no finzinho da viagem.

Pertinho da Plaza Murillo está a charmosa Calle Jaén. Conhecida como a rua dos museus, é uma típica rua colonial espanhola. Linda também!

Calle JaénCalle Jaén
Calle JaénCalle Jaén
Calle Jaén

Presença marcante em La Paz é a Cordilheira dos Andes. De diversos pontos da cidade é possível avistá-la.

Cordilheira dos AndesCordilheira dos Andes

Em um dia é possível conhecer quase todas as atrações dentro da cidade. O restante dos passeios ficam um pouco mais distantes. Pelo que percebi, o ponto forte de La Paz é o turismo de aventura. E não faltam interessados! Maio ainda não é alta temporada, mas a cidade já estava lotada de turistas, a grande maioria europeus. E essa impressão se repetiu em toda a viagem, tanto na Bolívia, quanto no Peru. Várias vezes nos perguntamos como aquilo tudo existe aqui tão perto e é tudo tão diferente. Eu já tinha lido muito sobre La Paz no planejamento da viagem, tinha visto várias fotos, mas me surpreendi muito. Li que há pessoas que odeiam a cidade e vão embora no mesmo dia e outras que se apaixonam e ficam por semanas. Acho que ficamos no meio-termo. Com certeza La Paz é uma cidade que vale a visita. O que se vê ali não se vê em nenhum outro lugar.

Chola em La Paz

Cholas em La Paz

O post contém links para programas de afiliados. Leia a política de monetização do Viaggiando.

14 Comments

  1. oi Camilla

    Eu também contei minha experiência em la Paz la no meu blog

    http://100dimensoes.blogspot.fr/2014/05/la-paz-bolivia-saturada-de-paisagens.html

    beijinhos

  2. Claudiaseveriano

    Amei o relato de vocês, estive em La Paz, e no começo fiquei chocada com a pobreza, depois, comecei a apreciar muitas coisas, que hoje não podemos ver em outros lugares por onde já passei….. Vale a Pena visitar a Bolivia, as pessoas que vivem lá são maravilhosas…

    • Claudia, La Paz desperta um misto de sentimentos, né? Sempre que me perguntam sobre lá eu digo que é meio impossível definir e que cada um tem que ir para ter suas próprias impressões. É tão perto daqui, mas tão diferente!

  3. Alano, realmente ficou faltando a zona sul, com certeza minhas impressões de La Paz seriam mais verdadeiras.

    Comi uma salteña doce, mas não sei se nesse caso também se chama salteña ou se é apenas uma empanada…

  4. Camila,parabéns pelo blog, fantástico. Já estive em La Paz por duas vezes, na primeira fiquei dez dias, já na segunda fiquei um mês direto. Pena você não ter conhecido a zona sul, pois é completamente diferente do centro. espero que tenha provado as Salteñas, são ricas empanadas. A dor de cabeça é inevitável, ainda mais pra você que se esforçou muito no primeiro dia e ficou pouco tempo.
    Belas fotos.

  5. Que legal, Alex! Eu também adoro ver os lugares que visitei por outros ângulos e matar a saudade! Vi que você tem muita história para contar em um blog, vale a pena!

  6. La Paz foi o 1º lugar onde mochilei na vida, em 2004. É maravilhosa!! Adoro ver fotos para relembar…

    Sou dos que amou, ficando lá 1 semana. Vale demais mesmo :-)

    Parabéns pelo Blog. Mais um dos que me inspira a montar o meu… quem sabe algum dia?

  7. Emilia, só ande um pouquinho mais devagar do que eu… ; )

    Arthur, tem que aproveitar que as informações ainda estão fresquinhas, né? Só não posso ler muito o seu blog ou o da Carla pra não me influenciar. : )

  8. Camila, legal que começou a postar sua viagem. Mas realmente o certificado de vacinação não me foi exigido nem na ida ao Peru (nem no pulinho em Copacabana) nem na volta ao Brasil, estranho…
    E realmente, a via crucis de sair de UDI para, aí sim, pegar o vôo em SP não é mole… Não tem jeito, quem mora fora do eixo RJ/SP tem que se programar com um dia de antecedência.

  9. Pena que não pude curtir La Paz, por motivos de força maior. Mas da próxima quero tempo para andar também.

  10. Carol, acho que começar por La Paz foi o caminho perfeito para chegar a Machu Picchu! Tornou a viagem muito mais interessante, principalmente por ser tão diferente do Brasil!

    Carla, eu viajei com tanto medo do soroche que achava que iria descer do avião e já sentir falta de ar. ; ) Mas as primeiras horas foram tão tranquilas que relaxei.. E o tempo era pouco, sabe como é… Mas não foi nada que realmente atrapalhasse a viagem não.

    Sobre a vacina, também não entendi o porquê…

  11. Ah, outra coisa: o Certificado de Vacinação costuma ser pedido no retorno ao Brasil, porque são as leis brasileiras que não permitem que se chegue ao país de certos destinos sem estar vacinado. Estranho não terem pedido – no meu retorno todos tiveram que apresentar o certificado junto com o passaporte na fiscalização da Anvisa em Guarulhos!

  12. Camila, talvez vocês tenham pegado meio pesado para o primeiro dia, sim… A cidade é mesmo fascinante, e realmente é difícil não se deixar levar… Espero que esse mal-estar não tenha prejudicado a sua viagem!

  13. Oi Camila!

    Fiquei impressionada com La Paz… nunca estive lá, mas suas fotos me deixaram com uma vontade imensa de conhecer… adorei o colorido do lugar, parece que muitas coisas foram pintadas a mão…
    E o soroche?!? Deve ser terrível mesmo. Uma sensação de mal estar, falta de ar e acompanhado de dor de cabeça?? UI!!!

    Beijos e Linda Viagem!!
    :)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.