Durante a viagem foram surgindo várias “vontades” de mudar o caminho. A gente conversa com outros viajantes, cada um está fazendo um roteiro diferente e todos os lugares parecem interessantes. Ainda em La Paz pensamos em dar uma “esticadinha” até o Salar de Uyuni. Por pouco também não fomos até Arequipa. Mas infelizmente as estradas bolivianas e peruanas, aliadas à péssima fama das empresas de transporte, nos desestimularam a explorar melhor os países. Mesmo assim lamentei não ter ido com mais tempo e com as datas mais flexíveis…
Depois dessas divagações, seguimos o nosso roteiro inicial: de Copacabana para Puno, a nossa primeira parada no Peru! Confesso que estava um pouco receosa. Tinha lido em guias e sites que no Peru todo cuidado é pouco e que o perigo começaria na fronteira: policiais corruptos, roubos de malas, imigração confusa… Felizmente não vi nada disso.Pouco tempo depois de sairmos de Copacabana, o ônibus parou na fronteira Bolívia-Peru, onde descemos para os trâmites alfandegários. Foi super rápido e tranquilo e não tivemos nenhum problema. A única inconveniência era um garoto insistindo em engraxar o meu tênis em todas as línguas possíveis… Mas isso era só uma prévia do que encontraríamos em Cuzco.
Depois de alguns minutinhos na fila para carimbar o passaporte, cruzamos a fronteira. Do lado de lá do arco já estamos no Peru.
Chegamos em Puno mais ou menos na hora do almoço. E logo na rodoviária, quer dizer, no terminal terrestre, como dizem por lá, tivemos um problemão. Nós acabamos com todos os bolivianos que tínhamos na saída da Bolívia e fomos para o Peru apenas com dólares. Sabíamos que no terminal haveria um caixa eletrônico onde poderíamos retirar dinheiro. Foi o que fizemos na Bolívia: sacamos bolivianos nos caixas eletrônicos e as despesas maiores pagamos no cartão de crédito (quase nunca aceito, diga-se de passagem…). Só que em Puno eu simplesmente não consegui sacar nem um centavo de novo sol! O que eu descobri (bem depois) é que a Visa impõe restrições a saques no Peru. Melhor eu nem me estender nesse assunto que nos rendeu muuuuito stress na viagem… Felizmente não era fim de semana e mais tarde eu pude sacar dinheiro pelo cartão de crédito com o gerente de um banco. O saque nos caixas eletrônicos só foram normalizados quando eu já estava quase voltando pro Brasil…
Resumindo, nossas primeiras horas no Peru foram um desastre. Não tínhamos como pegar um táxi, mesmo com preços irrisórios, porque não tínhamos dólares trocados. Olhamos no mapa e o hotel não parecia tããão longe. E lá fomos nós com as mochilas nas costas… Depois andamos novamente por aqueles lados, de táxi, e fiquei me perguntando como não tive medo nesse dia de andar ali a pé.
Com um início desses e depois de ouvir a maioria das pessoas dizerem que Puno é uma cidade feia e desinteressante, eu já estava esperando o pior. Mas tive uma agradável surpresa. Gostei muito da cidade, achei o centrinho super bem cuidado, a Plaza de Armas uma gracinha, os restaurantes aconchegantes.
Apenas deixamos as malas no hotel e seguimos para a Jiron Lima, a principal rua da cidade e que ainda por cima é uma rua para pedestres em quase toda a sua extensão. Já me conquistou, né? De dia as pessoas somem das ruas, à noite é que tudo lota.
Lá se concentram os principais restaurantes da cidade e é nessa região também que estão as lojas, cafeterias, agências de turismo e tudo mais que você precisar em Puno. Depois de resolver nossa falta de dinheiro em um banco por ali, finalmente começamos a turistar. Primeiro fomos matar a fome na bem recomendada Pizzeria El Buho. Só não sabíamos que na hora do almoço eles não servem pizza… Mas não teve problema, os espaguetes de lá também são uma delícia! Esse acabou sendo o nosso restaurante oficial em Puno, onde voltamos à noite para comer pizza, e no outro dia também…
O centro da cidade é bem pequeno e dá pra percorrer tudo bem rápido. Nós ficamos o dia todo indo e voltando pela Jiron Lima, alternando entre a Plaza de Armas e o Parque Pino.
Passamos um fim de tarde muito agradável em Puno, sentados na escadaria da Catedral, observando a Plaza de Armas. E depois do aperto que passamos, estávamos mesmo precisando de uma calmaria. ; -)
Olá Camila,
Muito bom o seu post!!
Você por acaso se lembra do nome do hotel que ficou em Puno??
Obrigado!
Raquel e Oliver.
Ficamos no Hostel Don Julio. Não me lembro de muitos detalhes, mas também mão me lembro de ter tido problemas lá. Ficamos em um quarto com banheiro privado, simples e barato.
Oi, Emília!
Eu fiquei mais no centrinho mesmo e só fui ao lago para embarcar para as ilhas. Achei tudo bonitinho, organizado, seguro… O bom é que cada um tem uma impressão diferente de cada lugar e isso torna cada viagem única!
Beijos!
Camila, pena que perdi o centrinho de Puno…os lugares por que passei não foram dos mais bonitos e fiquei com uma impressão estranha da cidade. Como fiquei à beira do lago, ficou mais difícil uma exploração melhorzinha…mas as fotos deram o recado!
Oi, Fê!
O casaco é boliviano sim! É a típica roupa local que só os turistas usam! ;) E o melhor é o preço de tudo: essa blusa deve ter custado uns 15 reais. Difícil resistir às compras por lá!
Você está certa, o ponto alto de Puno são as ilhas artificiais! Esse é o assunto do próximo post, que por falta de tempo está demorando a aparecer… Mas prometo que nesse fim de semana eu coloco as ilhas aqui!
Margarida, a América do Sul é muito rica em destinos turísticos. Cada dia descubro mais e mais lugares que quero visitar por aqui! Sem contar o Brasil todo, que ainda conheço muito pouco. Preciso de mais férias! :)
Beijos!
Oi Camila!!
Primeiro: seu casaco é lindo!! Adorei!! Vc comprou na bolívia? É a cara de lá!
Segundo: gostei do charme da cidadezinha de Puno! Tem gente que não sabe admirar um destino se não se equipara às grandezas européias… Mas acho que todo lugar tem seu charme sim! ;)
Terceiro: sempre ouví dizer de Puno sobre uma ilha artificial, feita de uma espécie de palha pelos nativos… Não existe nada disso não? Talvez eu tenha me confundido… Depois me diz!
Grande beijo! ;)
Camila
Aqui em Portugal quando pensamos viajar para a América do Sul,o Brasil é sempre a primeira opção,por isso ainda não conheço mais nada por aí,mas tenho muita vontade!!Sempre que visito o seu Blog descubro mais um destino novo para anotar na minha listinha!
Beijos
Camila, que bom que gostou de Puno. A minha opinião foi um pouquinho diferente :)
Mas é a vida! E esse lance do dinheiro iria me deixar arrepiado…
Ah, e eu também fiquei com a sensação de que a Bolívia e o Peru rendem um mês inteirinho de viagem brincando… É sempre um motivo pra voltar, né? (Daí o “Idas e Vindas”…)
Que sufoco essa história do dinheiro, Camila! Passando por dificuldades assim eu decidi que agora sempre tenho uns dólares trocados na manga, pra trocar por moeda local, mesmo que o câmbio seja ruim…
Aliás, a Visa me aprontou uma também, em relação ao Peru, antes mesmo da viagem… Eu comprei a passagem Juliaca-Cuzco pela Enjoy Peru e a Visa não liberava o pagamento de jeito nenhum!!! Eu já estava ficando com vergonha (fica parecendo coisa de caloteiro, né?), e acabei pagando com outro cartão…
Carol, as árvores são mesmo lindinhas! Por isso eu disse que achei o centro de Puno super bem cuidado. É tudo limpo, bonitinho e cheio de policiais!
Ah… sempre tem uma coisinha pra estragrar o momento… que dureza ein menina, colocar o pé na cidade e não conseguir sacar dinheiro é de deixar qualquer um de cabelo em pé… Mas no final das contas dá-se um jeito e depois ri da situação!
Mas me diga uma coisa, que árvores são essas na Plaza… lindíssimas!
Adorei Puno, sou que nem você, não resisto à um calçadão.
Beijos