Riga não é uma cidade muito conhecida no mundo turístico, pelo menos entre nós, brasileiros. Imagino que poucas pessoas acertariam qual é a capital da Letônia de primeira. Eu não sabia praticamente nada sobre a cidade antes de planejar essa viagem, mas aposto que os apaixonados por arquitetura já ouviram falar dela. Riga é famosa por suas construções em estilo Art Nouveau. São mais de 750 prédios espalhados por suas ruas, o maior acervo de todo o mundo.
O estilo Art Nouveau surgiu no final do século XIX e ganhou ainda mais força no início do século seguinte. O também chamado de Jugendstil (estilo jovem, em alemão) é conhecido por seus traços curvilíneos, pela influência da natureza e por suas formas exuberantes e às vezes até mesmo macabras. Como eu sou completamente leiga no assunto, não vou nem me arriscar a falar mais e passar informações erradas aqui.
A mais famosa de suas construções Art Nouveau talvez seja a Casa do Gato. Reza a lenda que o proprietário da casa não foi aceito na Câmara do Comércio local que ficava do outro lado da rua. Como vingança, ele colocou os gatos nas torres de sua casa com os rabos virados para o lado da Câmara. A ofensa teria ido parar na justiça e no fim o comerciante teria sido aceito na associação, com a condição de que e os gatos mudassem de posição. Verdade ou não, o fato é que hoje o gato preto é um dos símbolos de Riga e a Casa do Gato virou ponto turístico.
Mas o gato preto não é o único animal representado nos prédios de Riga. Numa volta pela região central é preciso olhar constantemente para cima para observar os inúmeros detalhes: bichos, carrancas estranhas, estátuas elaboradas… Prepare-se para ficar com o pescoço doendo!
Eu já deixei claro que arquitetura não é meu forte, mas espero pelo menos ter identificado corretamente alguns dos prédios Art Nouveau de Riga. Se eu errei, também não tem problema! Fica como exemplo dos belos prédios que encontramos em nossas caminhadas pelas ruas da cidade.
Agora vamos deixar os estilos arquitetônicos para lá e vamos explorar mais um pouco a região central de Riga! Saindo um pouquinho do centro histórico, ou melhor, na fronteira da cidade antiga – Vecrīga – com a região central, fica o adorável parque Pilsētas kanāl. Um verdadeiro refúgio onde as pessoas passeiam e descansam tranquilamente. O antigo fosso da era medieval hoje é só beleza e silêncio.
Em uma de suas extremidades fica a Ópera Nacional da Letônia, sede também do Balé Nacional. Os espetáculos ocorrem de setembro a junho. Não custa dar uma olhadinha no calendário de eventos antes de embarcar, mas de qualquer forma não perca seu jardim durante o dia.
Passando pelo Boulevard da Liberdade (Brīvības bulvāri), chegamos ao Monumento da Liberdade. A estátua, financiada por doações públicas, foi erguida em 1935 no local onde antes havia uma estátua do czar Pedro para celebrar a (primeira) independência do país. As três estrelas representam as três regiões culturais da Letônia: Kurzeme, Vidzeme e Latgale.
O governo soviético fez uma nova interpretação do monumento, que então significaria Mãe Rússia cuidando de seus três novos membros: Estônia, Letônia e Lituânia. Quem fosse visto depositando flores ao pé da estátua era deportado para a Sibéria. Hoje, livre da opressão do passado, os letões diariamente deixam flores sob a inscrição Tēvzemei un Brīvībai – Para a Pátria e para a Liberdade. Mais uma vez fiquei emocionada com o patriotismo dos letões!
Seguindo em frente mais alguns metros, chegamos à Catedral Ortodoxa Russa, religião da maioria dos russos que vivem em Riga. Durante o período de ocupação soviético, a igreja foi usada como planetário. Aposto que o governo soviético cogitou destruí-la, mas acabou desistindo. Para nossa alegria! :-)
Coisa maravilhosa esse post!
Vai pra lá, Liana? Conta mais!
O site Viajante Anonimo fez um relato bem curioso sobre Riga também, mais especificamente sobre as mulheres da Letônia. Acho que vale a leitura: http://viajanteanonimo.com/riga-a-cidade-onde-todas-mulheres-te-querem/
Oi Camila, adorei o seu blog! Foi um dos poucos lugares que encontrei dicas de viagem para a Letônia… Estou planejando uma ida à Riga para um congresso em setembro. Terei duas metades de dia livres (primeiro e último dias do congresso) e ainda mais dois dias inteiros antes de ir para a Alemanha em outro congresso. Você acha que valeria a pena nesses dois dias dar um “pulo” em Tallinn ou vale a pena ficar em Riga mesmo? Estarei sozinha, acha que lá tem algum tipo de perigo? Alguma outra sugestão? bjos e obrigada pelo blog!
Cris, são 4 horas de ônibus até Tallinn, então você perderia esses dois dias em Riga. Você acha que só as duas tardes seriam suficiente? Se você não quiser conhecer o interior da Letônia, pode até ser. Quanto à segurança, fique tranquila, os países bálticos são muito tranquilos.
Obrigada Camila! Estou mesmo pensando em ficar só na Letônia, senão ficaria tudo muito corrido. Acha que o interior vale a pena? Qual cidade você indica mais?
Cris, eu fiz um único passeio no interior e foi bem bacana. Olha só: https://www.viaggiando.com.br/2012/05/sigulda-krimulda-turaida.html
Já tinha visto, mas ir sozinha não seria tão legal. Aí descobri uns passeios guiados pra algumas cidades do interior. Acho que vou entrar numa dessas, com guia, mais gente e tal. Faço um tour em alguma cidade próxima em um dia e o outro dia exploro bem Riga! O bom é que meus dias livres estão no final do período, aí dá tempo de planejar os passeios durante a minha estada, com as dicas de quem eu conhecer por lá! Obrigada novamente, Camila! Depois eu volto aqui pra contar como foi! bjos
Que legal, Cris! Depois vou mesmo querer saber sobre esse tour! Boa viagem!
Camila
Riga surpeendeu-me muito…eu tinha a ideia de que Tallin era de longe a mais bonita das três Bálticas mas pelo que vejo nas suas fotos Riga também vale bem a visita!
Beijos
Margarida, Tallinn foi a minha preferida, mas Riga e Vilnius também têm muitos encantos. Cada uma é especial a seu modo e eu não deixaria nenhuma de fora do roteiro!
Beijos!
Maravilhosa as fotos da Art Nouveau. Tal como vc, também sou leigo em matéria de arquitectura, mas as fotos não enganam. Estão um máximo. Ainda assim, não é o estilo que mais me fascina. O surrealismo de Gaudi e outros em Barcelona, que ainda hei-de expor no meu blogue, é bem mais fascinante. E luxuriante. Mas, claro, são opiniões. Não deixe de visitar Barcelona. Voltando a Riga, adorei a catedral ortodoxa russa. Nossa, esse estilo monumental russo é deveras fascinante. Enfim, um dia irei na Rússia. Excelente post. Beijo
Bruno, pesquisando sobre Art Nouveau li que Gaudi é um dos representantes do estilo. Seriam vários estilos dentro de um mesmo estilo? ;-)
Eu fiquei apaixonada pelas igrejas ortodoxas russas que conheci na viagem! Sem dúvida elas são as minhas preferidas!
Oi, Camila! Andei sumida dos comentários, mas continuo acompanhando cada um. Só não podia deixar de comentar nesse de Riga. Adoro o movimento art nouveau, acho a arquitetura, a arte decorativa, as pinturas e esculturas, enfim, a arte em geral, dessa época linda demais, e tenho vontade de visitar Riga por causa disso. Concordo com a Mirelle, você identificou tudo direitinho! Mais um post lindo!
Wanessa, ainda bem que pelo jeito eu não estou passando vergonha. Imagina só, chamar um Barroco de Art Nouveau ou algo assim? rsrs
Ainda bem que você apareceu, pois eu queria te contar que tô lendo “Com vista para o Kremlin”! Ainda tô nas primeiras páginas, mas depois te conto o que achei! (Por falar nisso, você tem twitter?)
Beijos!
Já estou curiosa pra saber se você vai gostar do livro!
Eu tenho twitter sim, é _wanessalima, mas eu nunca escrevo nada, é mais pra saber das notícias e das novidades dos blogs (tipo o Viaggiando!).
Aliás, falando em livros e twitter… vi outro dia que você está pensando em ir pra Ásia, né? Então vou te deixar outra dica de livro: Trem Fantasma para a Estrela do Oriente, do Paul Theroux. O autor refez a viagem que ele narrou em seu livro mais famoso – O Bazar Ferroviário, publicado na década de 70 (ou final da de 60, não tenho certeza). Ele sai de Londres, vai até o Japão e volta… de trem! Só usa outros transportes quando é o jeito. É uma leitura deliciosa! E tentadora…
Sua nova dica de livro já me deixou com água na boca! Ainda nem li, mas já imagino que vou morrer de vontade de repetir o roteiro de viagem dele! A Transiberiana está no meio? Se estiver, já faz parte do meu sonho. ;-)
A transiberiana é parte do roteiro sim!
olha vc abusando da quantidade de fotos também! adorei!!!!
tb não sou especialista em arquitetura, mas em bruxelas aprendi um pouco sobre o Art Nouveau e acho que vc acertou direitinho.
como é bacana essa cidade, hein? ja favoritei e vai entrar no roteiro quando formos pra essas bandas. obrigada por compartilhar informaçoes e fotos téao legais.
ps: sinto falta de ver vocês nas fotos. mas é que eu sou muito aparecida, então é natural. ;)
Mirelle, eu sempre tenho que me segurar para não lotar as páginas com fotos. Por isso acabo tendo que dividir as cidades em vários posts.
Antes de criar o blog eu aparecia em praticamente todas as fotos, mas agora o problema se inverteu! Temos que nos lembrar de tirar fotos nossas e não só das cidades! Mas de vez em quando coloco uma ou outra foto minha por aqui. Vou ver se nos próximos posts encontro alguma legal para colocar. É que eu não sou tão criativa e não tenho fotos lindas como as suas e do Leo. ;-)
Beijos!