O local onde ficamos hospedados geralmente determina nosso ânimo para passear durante as viagens. Quando estamos perto de tudo, é mais provável que fiquemos até tarde na rua. Melhor ainda é quando podemos fazer uma pausa para descansar no hotel no meio da tarde. Em Santiago nós ficamos no bairro Bellas Artes, um pedacinho da cidade entre o Centro Histórico e o bairro Lastarria. A localização não poderia ser melhor! No nosso primeiro dia na cidade fomos a pé para o centro, ali do lado, e no segundo fomos também andando para o bairro Bellavista, do outro lado do Rio Mapocho. Esses quatro bairros, na minha opinião, reúnem o que Santiago tem de melhor para os turistas e são os que mais me agradaram na cidade.
DIA 2 – BAIRRO BELLAVISTA
Nossa manhã começou na La Chascona, uma das casas de Pablo Neruda transformadas em museu. Eu nunca li nenhuma obra do mais famoso poeta chileno e não sabia bem o que esperar. Tudo seria novidade, não havia emoções ou expectativas que pudessem ser frustradas. Mesmo sem conhecer praticamente nada sobre a vida de Pablo Neruda, foi uma experiência interessante. Sua história se mescla com a história recente do Chile e assim acabamos aprendendo um pouco mais sobre política e literatura. Para quem gosta de poesia (não é meu caso!), acho que vale a pena ler alguns poemas de Pablo Neruda para entrar no clima. Com certeza o passeio é mais legal quando se conhece vida e obra do autor.
O acesso à La Chascona se dá apenas por visitas guiadas em espanhol, inglês ou francês, que devem ser previamente agendadas por e-mail ou diretamente no site. O museu fica aberto de terça a sexta, a partir das 10h. A entrada (3.500 pesos) pode ser paga com cartão de crédito na hora da visita.
O destino óbvio após a visita à casa de Pablo Neruda é o Cerro San Cristóbal, a poucos metros de distância. Apesar de ser meio de semana, estava lotado! Nós enfrentamos a fila cheia de crianças e subimos no funicular (1.800 pesos por pessoa, ida e volta). Passamos reto pelo zoológico, onde a maioria das pessoas desceu, e fomos até o ponto final do carrinho.
Lá em cima não havia muito o que fazer e, para nosso desespero, quase não havia sombra. O Cerro San Cristóbal é bem mais alto que o Santo Lucía, mas não o achamos tão legal. No Santa Lucía pudemos descansar e ver o tempo passar, já o San Cristóbal foi algo do tipo “pronto, tá visto!” Talvez com um horizonte mais limpo ele seja mais interessante por causa da vista. Mas também nós só conhecemos uma ínfima parte do Parque Metropolitano, o maior parque urbano do Chile, do qual o Cerro San Cristóbal faz parte.
Nós subimos e descemos pela entrada na rua Pío Nono, mas o parque é enorme e continua no sentido oposto. Para conhecê-lo melhor, a bicicleta deve ser uma boa opção, pois vimos muitos ciclistas por lá.
Descemos novamente pelo funicular e tivemos um almoço tardio no Patio Bellavista, um mini-shopping a céu aberto com várias opções de restaurantes e lanchonetes para todos os gostos.
Eu nem parecia uma brasileira, teoricamente adaptada ao clima quente. O calor estava realmente insuportável! Depois do almoço eu já estava esgotada, então nos refugiamos no hotel até o fim da tarde, quando o clima já estava um pouco mais ameno. Passamos no Emporio la Rosa (Merced, 291 – Lastarria), uma sorveteria com sabores inusitados e deliciosos. O ideal é comprar o sorvete e atravessar a rua para o Parque Forestal, um cantinho que se tornou um dos meus preferidos na cidade. Queria ter ficado mais tempo em Santiago só para experimentar um sabor a cada dia. ;-)
Ainda demos uma voltinha pela região e passamos pelo Museo Nacional de Bellas Artes, mas ele já estava fechado. Não parece, mas a foto abaixo foi tirada às 20h35! Apesar de estarmos lá do lado, acabamos não visitando o museu. Ele ficou para uma próxima viagem, quando com certeza vou querer me hospedar novamente na mesma região. Veja mais informações no site do museu.
Quando já estávamos de volta ao nosso quarto, presenciamos pela janela um passeio ciclístico gigantesco! Eram centenas (milhares?) de bicicletas. Fiquei curiosa e pesquisei sobre o evento. E o que descobri é que ele se chama Cicletada del Primer Martes del Mes e, como o nome já diz, acontece toda primeira terça-feira do mês. O grupo se reúne às 19h30 e depois percorre o trajeto definido previamente num fórum, contando com apoio policial. De acordo com os organizadores do evento, os ciclistas pedalam para exigir políticas públicas que fomentem o uso da bicicleta como meio de transporte. Qualquer um pode participar, basta chegar no local marcado com sua bicicleta. Eu fiquei morrendo de vontade! Por essa e outras que Santiago se tornou uma cidade especial para mim!
Veja também:
E ainda o índice com todos os posts sobre a minha viagem ao Chile.
Camila em que período vc foi?
Em fevereiro de 2012, Emiliana.
ahhhhhh conheçi a vinicula concha y toro tambem.. nao exatamente em santiago.. pegamos onibus e um taxi para chegar ate la. muito bonito vale visitar! a maior vinicula que ja vi
Como eu não bebo, nem pensei em ir a alguma vinícola, mas sei que esse costuma ser o passeio preferido de muita gente em Santiago.
Santiago!! muito bonito e limpo!!!!
lembro que fiquei na calle Merced! no bairro Bellavista tambem.. em frente a estaçao de metro.. muito bonito.. muita coisa pra conhecer.. muito comercio..
lembro dos morros que eu desci a pé .. kkkk era um morro que tinha de pegar o bus pra subir… do lado do zoologico…
na volta esse bus estava demorando muito e eu e minha namorada escolhemos descer a pé pelo meio do morro “pista de montainbike”
fomos parar cerca de 10km de distancia de onde estavamos hahahahahahahaha…. em compensaçao conhecemos todas estaçoes de metro apé.. rodamos santiago todo apé… mais de 7 horas andando.. cansativo mas valeu muito apena..
Qual o nome do hotel que vc se hospedou em Bellavista? estou tendo dificuldades de encontrar hospedagem por lá
Oi, Thays! Falei sobre minha hospedagem no Chile aqui: https://www.viaggiando.com.br/2012/10/hospedagem-e-transporte-no-chile.html
Eh realmente melhor quando podemos nos hospedar perto das principais atrações e fazer a maior parte dos trajetos a pé. Sabe que eu, como brasileira, sempre tive essa imagem do Chile como um dos paises mais desenvolvidos da América do Sul, mas aqui na Europa a maioria das pessoas tem a imagem de um país bem atrasado… A gente nunca houve falar do Chile por aqui! Mostraram bastante os mineiros que ficaram presos na mina, mas aí mais uma vez era um um lugar “no meio do nada”.
Milena, é claro que como turista, e apenas por poucas semanas, não é possível conhecer um país de verdade, mas aparentemente o Chile está em um patamar superior na América do Sul. Talvez o Brasil acabe chamando mais atenção, para o bem e para o mal, por causa de sua dimensão, mas muitos indicadores sociais confirmam a minha impressão de que o Chile está em um momento melhor.
Camila, a grande curtição do Cerro San Cristóbal eh subir pelo teleférico e descer pelo funicular. Não imagino Santiago fora do inverno…o charme eh o friozinho e ainda poder pegar um nevezinha num bate-volta em Valle Nevado ou El Colorado. Sim! Santiago eh a capital mais segura da America do Sul com certeza!
Guilherme, no inverno o visual e o astral de Santiago devem ser mesmo completamente diferentes! Eu adoraria voltar lá só para comparar. ;-)
Sabe Camila, não sei porquê, mas acho que Santiago tem menos encanto que Buenos Aires, Montevideu ou La Paz, das quais vc falou aqui no seu blogue. Não sei se são as fotos, se são os relatos, mas, confesso, talvez esperasse um pouco mais da capital chilena. Mas, de fato, o barato da sua viagem deve ter sido justamente a viagem por terras mais inóspitas e desconhecidas no Chile, bem fora da capital. Vou continuar esperando. Rsrsrsrs. Já agora, te peço, dá uma passadinha também no meu blogue (www.desportoviajar.wordpress.com) só para ver o que ando escrevendo de Roma. Um abraço.
Bruno, acho difícil comparar as capitais sulamericanas que eu já conheci, pois cada uma delas tem características bem distintas. La Paz é totalmente diferente das demais: exótica, caótica, com forte influência indígena… É uma experiência inesquecível, mas uma só vez lá já foi suficiente para mim. rsrs Sobre Montevideo eu nem posso falar muito, pois chegamos à cidade sob chuva e não conhecemos quase nada. O centro histórico é lindo, mas com certeza há muito mais na cidade para se conhecer.
A disputa geralmente fica entre Buenos Aires e Santiago, mas, para ser bem sincera, eu preferi Santiago! Buenos Aires tem mais atrações e pode até ser mais bonita, mas Santiago é segura, é fácil se locomover por lá, há várias ciclovias, as pessoas ficam na rua até tarde… Enfim, é uma cidade em que eu gostaria de morar! Sem contar que os chilenos são mais simpáticos (apesar de não ganharem dos uruguaios, imbatíveis nesse quesito). Mas realmente não são as fotos que mostram o melhor de Santiago. Para nós, brasileiros, o que realmente impressiona é ver como Santiago está mais desenvolvida do que as demais cidades da América do Sul. Acho que esse é o verdadeiro encanto da cidade. ;-)