Vou alterar um pouquinho a ordem das postagens sobre o Chile para contar sobre um passeio que fizemos no nosso último dia de viagem. A Natália embarca novamente para o Chile amanhã e me pediu algumas dicas sobre Valparaíso. Eu até tentei falar o principal pelo twitter, mas algumas poucas sequências de 140 caracteres não foram suficientes para transmitir minhas impressões. Resolvi então me permitir esse pequeno deslize na ordem cronológica dos fatos para fazer o serviço completo. Em breve eu retorno com os relatos de Pucón e do roteiro pelo sul do Chile.
Valparaíso é um famoso destino de bate e volta a partir de Santiago, da qual dista 120 km. A maioria das pessoas vai até lá através de algum pacote turístico e talvez seja por isso que eu não estava muito animada a conhecer a cidade. Todos reclamam da falta de tempo para visitar as atrações e dos restaurantes caros em que o ônibus param na hora do almoço, mas poucos mostram o que há para ver ou fazer. Eu nem tinha incluído Valparaíso no roteiro, mas pouco tempo antes da nossa viagem, quando já tínhamos feito todas as reservas de hospedagem e comprado as passagens para o Atacama, a Gol cancelou nosso vôo de volta e tivemos que acrescentar um dia no planejamento. Como já tínhamos feito tudo o que queríamos em Santiago, resolvemos fazer o passeio.
Às 9h40 da manhã pegamos um ônibus da Turbus para Valparaíso no Terminal Alameda. A fila para comprar a passagem costuma ser meio longa, mas há vários ônibus saindo em curtos intervalos de tempo e geralmente não é preciso reservar com antecedência. A viagem foi mais longa do que eu imaginava. Levamos cerca de duas horas para chegar até lá. O percurso é lento porque a estrada, que contorna uma montanha, parecia um pouco perigosa, além de estar um pouco congestionada.
Descemos na rodoviária sem saber ainda em que parte da cidade estávamos e o que faríamos. Do lado de fora, na calçada, há um quiosque oficial de informações turísticas e foi lá que montamos nosso roteiro, ou melhor, que montaram para nós. O rapaz que nos atendeu traçou todos os passos em um mapinha e nós nos limitamos a obedecê-lo.
O primeiro passo foi seguir até a Avenida Argentina e embarcar em um trolleybus antigo que nos levaria para a parte turística da cidade (250 pesos por pessoa). O transporte é uma atração turística de Valparaíso e é o mais antigo ônibus elétrico continuamente em serviço no mundo, operando há mais de 60 anos. Com certeza foi a melhor forma de nos locomovermos por lá. Ao nosso lado havia alguns turistas, mas também habitantes da cidade e nós pudemos observar um pouco do ritmo da cidade dentro e fora das janelas. Adorei!
Ainda seguindo as dicas que recebemos, descemos na Plaza Sotomayor, onde vários ônibus estacionam para que os turistas tirem algumas fotos apressadas. O engraçado é que lá foi o único lugar em que os vimos, o que confirmou minha impressão de que o tour guiado não é uma boa forma de conhecer a cidade. Na praça ficam algumas construções históricas. O ponto central é o Monumento a los héroes de Iquique, uma homenagem aos soldados que lutaram na Guerra do Pacífico, enterrados sob a estátua de Arturo Pratt. Ao lado estão algumas belas construções, como a sede da Armada de Chile e o centenário Hotel Reina Victoria.
A partir dali começamos a improvisar o roteiro por nossa conta. Valparaíso é uma cidade portuária construída sobre morros (olhando de longe a impressão nem é das melhores). E as ladeiras, é claro, não facilitam o transporte a pé. Para resolver esse problema, há os ascensores, que conectam a parte alta da cidade com a parte baixa, à beira-mar.
Subimos pelo Ascensor El Peral, que fica praticamente ao lado da Plaza Sotomayor, no Cerro Alegre. Ele foi inaugurado em 1902 e hoje é de propriedade municipal. A subida custou 100 pesos por pessoa.
Subindo pelo El Peral, chega-se ao Paseo Yugoslavo, uma praça de onde se tem uma ótima vista do porto. Ao seu redor estão algumas construções históricas, como o Palacio Baburizza, que sedia o Museo de Bellas Artes, mas que estava fechado quando estivemos lá.
Lá em cima mapas são desnecessários, ou melhor, são completamente inúteis. Não adianta tentar segui-los. A graça da parte alta de Valparaíso está em se perder pelos becos e pasajes, entrar em uma viela e não saber aonde vai chegar. Ao longo do caminho vamos descobrindo os encantos da cidade. À primeira vista tudo parece meio decadente, mas não passa de uma impressão rápida. O clima é bem artístico e boêmio. Não sei se tivemos sorte, mas naquela segunda-feira pela manhã a região me pareceu bem tranquila e segura.
No meio das andanças chegávamos aos mirantes, geralmente cercados por barraquinhas de artesanato e por restaurantes com ótimas vistas. Os mais famosos e bonitinhos são o Paseo Atkinson e o Paseo Gervasoni e só agora, selecionando as fotos, é que eu percebi que só conhecemos o segundo. E nosso “guia” tinha indicado os dois no mapa, dizendo que eram imperdíveis. Andar pelas ruelas irregulares é divertido, mas é fácil se perder por lá. Faltou um pouquinho de atenção e persistência.
Pertinho do Paseo Atkinson, pelo qual passamos batido, fica a Igreja Luterana. Estávamos apenas tirando umas fotos externas quando o pastor, que estava na porta da igreja, nos convidou para entrar. Na hora ficamos meio sem jeito achando que viria uma pregação, mas entramos. Ele começou contando a história e detalhes da construção. Mais duas pessoas entraram e a conversa acabou tomando outros rumos. Ele é americano e contou de sua juventude como marinheiro, falou sobre como acabou indo parar no Chile, sobre como conheceu a esposa, sobre a filha e sua paixão pela música… O papo foi muito legal! Se estiver passando por lá e ver esse senhor de cabelo branco e cara rosada, não perca a chance de entrar e bater um papo com ele!
Para o almoço procuramos um restaurante que não parecesse tão caro. Por sorte passávamos em frente ao Allegretto (Pilcomayo, 259) quando bateu a fome. O forte do local é a pizza, mas eles servem outros pratos, principalmente massas. Em pouco tempo estava lotado! Sentamos no andar de baixo e só depois vimos que na parte superior há um espaço mais bonitinho. O atendimento foi ótimo e o preço não era nada assustador.
Para voltarmos à parte baixa escolhemos o Ascensor Concepción, que fica no Paseo Gervasoni. Ele é o mais antigo da cidade, inaugurado em 1883. Ao contrário do Peral, o Concepción é mantido e operado pela iniciativa privada e talvez por isso seja mais arrumadinho e também um pouco mais caro (300 pesos).
Depois andamos até a Estação Bellavista para pegarmos o Merval, o metrô de superfície de Valparaíso. No caminho uma passarela para pedestres nos proporcionou mais uma ótima vista de mar e até de Viña del Mar, para onde estávamos indo.
O metrô é super moderno, prático e intuitivo, mas há uma pequena pegadinha: para utilizá-lo é preciso ter um cartão de acesso, o Metroval, no qual você carrega o valor que desejar. Gastamos 1.700 pesos no total da viagem, sendo que 1.200 pesos foram pelo cartão. Pelo menos pudemos comprar só um cartão para nós dois viajarmos. Não é caro (cerca de R$ 5,00), mas para os turistas é um gasto totalmente desnecessário. Para não dizer que virou lixo, pelo menos posso fingir que trouxe uma pequena lembrança de Valparaíso…
O restante do passeio não foi nada do que esperávamos. Nos decepcionamos com Viña del Mar. Talvez nós é que não soubemos como aproveitá-la, mas não vi nenhuma graça. Até porque não faz muito sentido um brasileiro ir para o Chile para curtir praia, né? Mas o que achei pior é que Viña não é uma cidade para se passear como Valparaíso. As distâncias são maiores e as ruas não são muito charmosas. Mesmo no posto de informações turísticas a moça não conseguiu nos indicar uma caminhada interessante. Sem nada para fazer, fomos até a praia, tiramos algumas fotos e sentamos em um gramado para passar o tempo. Só! Para falar a verdade, teria sido melhor nem ter ido até lá.
Para piorar, quase ficamos presos em Viña! Não tínhamos comprado a passagem de volta para Santiago, pois queríamos ficar livres para voltarmos quando bem entendêssemos. Só que no fim da tarde já não havia mais passagens! Todos os ônibus estavam lotados! E nós lá, com nossos últimos pesos contados e com o vôo de volta para o Brasil dali a algumas horas. Fomos de guichê em guichê em busca de passagens, mas na maioria delas já havia uma plaquinha avisando que estavam esgotadas. Foi tenso! Depois de muita procura conseguimos vaga em um ônibus que sairia mais tarde, às 19h30. Ficamos horas na rodoviária esperando, sem ter nem mesmo um lugar para sentar. A viagem de volta foi ainda mais longa e a entrada para o Terminal Alameda estava super congestionada. Desembarcamos às 22h! Estresse total! A ida a Viña foi um fiasco! Bem teríamos feito se tivéssemos ficado apenas em Valparaíso. Essa sim nos conquistou.
Oi Camila! Adoro seu blog, adoro seu jeito de
escrever! Tô sempre aqui viajando nas suas viagens! =)
Queria ver se você poderia me ajudar numa
questão de logística desse passeio Valpo-Viña:
– Na chegada em Valparaíso, você pegou o
trólebus pra chegar à parte turística. O ônibus de Santiago realmente para
longe do centro turístico, ou dá pra ir andando se quiser? Você sabe me dizer o
nome da estação onde o ônibus que vem de Santiago chega em Valpo?
– E depois na ida de Valpo pra Viña, você diz
que pegou o Merval em Bellavista. Você sabe me dizer se só pode pegar nessa
estação ou se dá em outras também?
– E por último, sua chegada em Viña, a mesma
coisa: você lembra onde é a estação que você desceu? E depois pra pegar o
ônibus de volta pra Santiago, é mais ou menos perto de onde você chegou?
Desculpa a enxurrada de perguntas! Mas já cansei
de procurar info na internet e não achar! Os sites de turismo dessas cidades
não ajudaram muito também… Então qualquer uma dessas informações que você
souber responder já ajudaria muito! :D
Ah, só pra aproveitar o comentário: você é minha
inspiração no quesito bagagens! Nessa viagem de Santiago vou ficar com seus
posts em mente pra levar o mínimo possível!
Parabéns pelo blog e continue nos inspirando
assim =)
Nina, o ônibus desembarcou na rodoviária mesmo. É meio longe da parte turística, acho que não rola ir a pé.
Você pode pegar o Merval em outras estações. Eu peguei na mais próxima de onde estávamos.
Não lembro o nome da estação em Viña, só sei que era no centro, perto de uma praça. Mas acho que descobrimos onde descer só de olhar no mapa do metrô, pois fomos até lá sem nenhum guia ou mapa e mãos. A rodoviária ficava no centro também. Em Viña só andamos a pé, por isso sei que foi tudo relativamente perto.
Camila! Que relato perfeito!
Estou montando um roteiro de viagem pra minha irmã e, como nunca fui a Valparaíso, estava difícil indicar pra ela o que fazer indo por conta própria. Mas acabaram-se os meus problemas! E fiquei eu mesma morrendo de vontade de conhecer a cidade.
Wanessa, meu roteiro não cobre tudo que se pode fazer em Valparaíso (e algum cobre?), mas acho que é um bom ponto de partida! Eu cheguei lá sem a mínima idéia do que fazer e o rapaz do posto de atendimento ao turista resolveu meus problemas! :-)
Menina, o melhor do seu roteiro é literalmente o “ponto de partida”. Que tem uma casa de Pablo Neruda em Valparaíso e qual o melhor mirante pra ver o porto, todo mundo diz, mas tava mesmo procurando saber era pra onde – e como – a pessoa vai quando chega na rodoviária, e isso só o seu post respondeu!
Se tem uma cidade feiosa e sem graça , é Valparaíso. Me arrependo amargamente de perder meu tempo indo conhece-la. N recomendo a ninguém. Muitas ladeiras e nada de especial : foi isso que vi lá !
Pedro Henrique, Valparaíso não é mesmo unanimidade. Mas que lugar no mundo agrada a todos, não é? Li depoimentos de pessoas que adoraram e de outras que, como você, odiaram. Ainda assim eu quis tirar minhas próprias conclusões, como eu costumo fazer. E ainda bem que eu fui, pois adorei o passeio!
Em Valparaíso fuque no Brighton. No alto de um daqueles deliciosos cerros, com vista pro mar lá embaixo. Uma delicinha!
Beijo!
Eu também gostei muitíssimo mais de Vaparaíso do que de Viña.
Passei uma noite em cada uma delas e digo: em Viña só curti mesmo o hotel e o cassino.
Já em Valparaíso, ai que delícia!
Carmem, na próxima vez também quero passar uma noite em cada uma delas, mas tenho certeza de que vou continuar preferindo Valparaíso.
Beijos!
Camila
Continuando a acompanhar os relatos da sua viagem ao Chile e a tirar apontamentos… :-)
Valparaíso parece muito charmosa mesmo.Adorei as fotos da cidade e desse casal super simpático que conheci em Estocolmo! hehe
Beijo grande
Margarida, que bom te ver por aqui! Já estava com saudades! :-)
Beijos!
Oi Camila! Um opção de passeio legal em Viña del Mar é a Quinta Vergara. http://www.vinadelmar.travel/passeio/quinta-vergara.html Vale a dica para a Natália. Nos fomos e gotamos de passear por lá. Bem tranquilo e bonito. Ah! e é lá onde fica o anfiteatro que acontece o festival de música de Viña. Grande abraço!
Eu também vou anotar as dicas para quando voltar ao Chile. ;-)
Oi Camila
Acho que é a primeira vez que comento. Apareço aqui com certa regularidade, mas é difícil eu comentar. Conheci o Chile ano passado, fiz uma viagem maluca de carro, saindo de Sampa, passando por Assunción, Salta (norte da Argentina), desci o Chile através de Paso de Jama, atravessei o Atacama e parei em Santiago. Vocês não passaram por nenhum dos museus (ou casas) que Pablo Neruda morou em Valparaíso? A casa se chama La Sebastiana e oferece uma vista magnífica da orla e do porto de Valparaíso.
E tem o pôr do sol na orla de Valparaíso onde vc pode ver milhares de leões marinhos descansando.
Eu tive uma visão de Valparaíso um pouco diferente da sua, mas acho que foi pq fiquei hospedada dois dias.
De qualquer forma, estou AMANDO ler os seus relatos de viagem.
Prazer em conhecê-la (já que acabei me apresentando! ;0)
Delma
Oi, Delma e Camila,
realmente, também senti falta da casa do Neruda! Achei a casa uma gracinha, vale a pena visitar!
Adorei as dicas, Camila! Nós cometemos o erro de ir com os ônibus turísticos e achei que faltou tempo para curtir mais Valparaíso! Mas isso só vira motivo para voltar (por conta!) numa próxima oportunidade. ;-)
Beijo,
birdaum
O bom é que Valparaíso pode ser encaixada em qualquer passada por Santiago, né? Eu também quero voltar com mais tempo.
Sobre a casa de Neruda, a verdade é que eu me senti meio impostora visitando a casa de um poeta cuja obra eu sequer conheço! hehe Estive na La Chascona e achei legal, mas com certeza eu teria gostado mais se houvesse alguma relação sentimental com a obra dele. Bom, mas quem sabe na próxima vez, com mais planejamento, eu inclua La Sebastiana no roteiro? ;-)
Oi, Delma! Que bom que você resolveu comentar! É ótimo saber quem é que está sempre por aqui. Carinhas são sempre melhores que números! ;-)
Não acho sua viagem nada maluca! Minha primeira viagem internacional foi de Minas a Buenos Aires e eu amei! Desde então morro de vontade de percorrer o Chile de norte a sul de carro.
Espero te ver mais vezes por aqui! :-)
Camila, quando se trata de viagens desempacotadas, a gente só aprende vivendo, não é mesmo? Eu descobri essa possibilidade de troca das passagens por acaso: por total distração, comprei o retorno à Santiago saindo de Valparaíso e só percebi dentro do ônibus (a ideia era voltar saindo de Viña del Mar). Assim que cheguei na rodoviária da cidade, procurei o guichê da empresa e consegui trocar sem problema.
Eu não visitei a casa do Neruda em Valparaíso pois era uma segunda-feira, dia que os museus da cidade estão fechados.
Porém, já li que a casa do escritor em Isla Negra é a mais bonita e fica a uma hora de carro de Valparaíso. Já está nos planos da próxima visita….
Voltamos agora do Chile e também fizemos esse bate e volta.
Valparaíso é realmente muito charmosa, imperdível. Mas também amamos Viña del mar. É um balneário como muitos no Brasil, é verdade, mas uma cidade linda, limpa e interessante. Fizemos um passeio saindo do relogio das flores pela orla, parando para um rapido almoço nos restaurantes da regiao do Cassino, até o Museu Fonck, que conta com uma estátua moai original da Ilha de Páscoa.
Ah, com relação às passagens, a compra de ida e volta juntas sai mais barata que os trechos comprados separadamente. E as empresas permitem a troca de horario, caso haja disponibilidade, sem custo. Por isso, vale planejar e garantir um horário para evitar contratempos. Saímos de Viña às 18:30, mas, na proxima visita ao Chile, passaremos mais dias nessas lindas cidades.
Acho que o atendimento no posto de informação turística de Valparaíso foi o grande diferencial. Como o passeio não estava nos planos iniciais, acabei não pesquisando nada sobre as cidades e sequer tinha um guia em mãos. Fomos realmente sem saber o que tinha para ver/fazer. E em Viña a moça que nos atendeu não soube fazer mais do que nos fornecer um mapa.
Não comprar a passagem de voltar foi muito vacilo, mas eu realmente não imaginava que teríamos problemas para voltar, pois a ida tinha sido muito tranquila. Fica a dica para que o outros não caiam na mesma furada. ;-)
Em primeiríssimo lugar: Obrigada!
Em segundo: Parabéns! Que relato gostoso de Valparaíso… Sabe que estava em dúvida de ir ou não, sempre tive a impressão da cidade ser meio bagunçada por conta das montanhas e construções, mas com essas fotos, essa descrição das ruas, dos lugares, sem contar com esse pastor luterano, presentão no meio do caminho!! Coisas boas de viajar né?
De fato, nosso tempo estará apertado, e não sei se teremos diposição de ir, após horas de voo corujão… Mas, sem dúvidas, acabou de entrar para a lista! =)
Beijinhos!
De nada, Natalia! :-) Tomara que dê tempo de você ir lá, mas se não der nem tem problema. Já vi que você tvai acabar voltando ao Chile várias vezes. ;-)
Beijos! E boa viagem!