Valles de la Luna y de la Muerte

Valles de la Luna y de la MuerteNo mundo das viagens perfeitas, nós chegaríamos a San Pedro de Atacama às 19h, a tempo de sair para jantar e escolher a agência com a qual faríamos os cinco passeios programados para os próximos dias. Na manhã seguinte acordaríamos cedo e seguiríamos rumo à primeira atração que, de acordo com meu roteiro minuciosamente planejado, seriam as Lagunas Altiplânicas. No mundo real tudo aconteceu de forma bem diferente. Para começar, nosso vôo para Calama atrasou e chegamos duas horas mais tarde do que imaginávamos. Com as ruas transformadas em pura lama, não rolava sair andando em busca das agências e, para piorar, todos os passeios estavam suspensos por causa dos estragos causados pela chuva. Só deu tempo e ânimo de comer alguma coisa no restaurante ao lado do hotel e dormir torcendo para ter boas notícias quando acordássemos.

No dia seguinte muitas agências estavam fechadas e as que estavam abertas ofereciam só uma opção: Valles de la Luna y de la Muerte. Eram as únicas atrações acessíveis naquele dia. Normalmente o passeio ocorre no fim da tarde e o pôr do sol nas dunas faz parte do pacote, mas, como a chuva estava dando as caras sempre no fim do dia, a saída foi antecipada para as 14h.

Os vales estão localizados na Cordilheira de Sal, a cerca de 17 km de San Pedro. Foi então que tivemos o contato com o deserto que imaginávamos. Tudo que avistávamos era uma sequência sem fim de paisagens amarronzadas, às vezes cobertas por uma fina camada branca. O sal, presente no solo da região, fica ainda mais visível após as chuvas, que fazem com que os sais minerais subam para a superfície.

Cordilheira de Sal - Atacama

Pedra do CoiotePedra do Coiote

Pedra do Coiote

Cordilheira de Sal - Atacama

Cordilheira de Sal - Atacama

Depois de uma parada no mirante para apreciar a vista, seguimos para o Valle de la Muerte. Há divergências sobre a origem do nome. Uns dizem que a aridez da região não permite que nenhum ser vivo sobreviva ali, por isso a relação com a morte.  Outros acreditam que Gustave le Paige, padre belga que desbravou a região há cerca de 50 anos, encontrou muitos restos mortais na região. A teoria mais aceita diz que o padre achou a paisagem da região semelhante à de Marte (semelhante?), mas que, devido à  sua pronúncia com sotaque carregado, acabou soando muerte  aos ouvidos atacamenhos.

Valle de la Muerte

Nem imagino qual seja a versão verdadeira, se é que existe uma explicação lógica para a origem de todos os nomes,  mas o Valle de la Muerte foi meu local preferido no passeio. As grandes paredes de terra, areia e sal que formam um caminho até o vale foram as imagens que mais me impressionaram. Demos sorte de pegarmos o céu azul enquanto estávamos lá.

Valle de la MuerteValle de la Muerte

Valle de la Muerte

Valle de la Muerte

Valle de la MuerteValle de la Muerte

O próximo destino foi o Valle de la Luna. A origem do nome nesse caso já é bem mais óbvia. É preciso pagar uma entrada para entrar no vale (2.000 pesos) e, enquanto o Eduardo comprava nossos boletos, aproveitei para tirar umas fotos das pedras ao nosso redor, que estavam tão esbranquiçadas pelo sal que  pareciam estar cobertas de neve. Lindo!

Valle de la Luna depois da chuva

Valle de la Luna - Camadas de sal

A primeira parada foi nas Tres Marias, esculturas esculpidas nas pedras durante milhões de anos. Mais uma vez a chuva havia dado seu toque especial à paisagem e o sal cobria todo o solo da região. Eu provei e tinha gosto de sal mesmo.

Valle de la Luna - Tres MariasValle de la Luna - Tres Marias

Valle de la Luna - Esculturas

Valle de la Luna - Esculturas

Valle de la LunaValle de la Luna

Por falar em chuva, lá estava ela, nos espreitando. Tínhamos a impressão de que ela nos atingiria em poucos minutos, mas o deserto nos prega essas peças. Quem não o conhece bem não consegue mensurar as distâncias. A guia nos assegurava que ela ainda estava longe, mas era melhor nos apressarmos e seguir adiante.

Chuva no deserto - Miragem?

Valle de la Luna

O passeio foi encerrado na Duna Mayor, de onde geralmente os turistas apreciam o pôr do sol. Como nosso itinerário foi adiantado, chegamos lá às 16h. Tivemos um tempinho para fazer uma caminhada pela duna. O trajeto foi relativamente tranquilo e as subidas não assustavam. A vista lá de cima era espetacular e dava vontade de desacelerar para tirar fotos a todo momento.

Duna Mayor

Trilha no Valle de la Luna

Duna Mayor

Vista da Duna Mayor

Vista da Duna Mayor

Lá de cima avistávamos também a chuva chegando cada vez mais perto. Era ao mesmo tempo fascinante e aterrorizante presenciar a aproximação das nuvens. Pena que não conseguimos fotografar os relâmpagos. Era impressionante!

Chuva no Deserto do Atacama

Chuva no Deserto do Atacama

Chuva no Deserto do Atacama

Eu fiquei com medo de ainda estarmos na duna quando a tempestade chegasse e nem quis ir até o final da trilha. E foi por pouco! Assim que chegamos de volta ao ônibus, a chuva começou a cair. Chegamos a San Pedro sob chuva forte. Ela passou rápido, mas trouxe a lama e os estragos de volta…

Fizemos o passeio com a Turismo Layana e ele custou 8.000 pesos por pessoa (a entrada ao Valle de la Luna não está incluído), mas nossa experiência fugiu um pouco do padrão.

Para saber como o passeio acontece na época seca, veja os posts de outros blogueiros que estiveram lá e que me inspiraram a fazer essa viagem:

18 Comments

  1. Camila, pintou a duvida: tanto as excursoes quanto os passeios privados saem da porta ada agencia? Beijos, Thiago Rodei

    • Thiago, acho que não há uma regra. Alguns passeios sairam das agências e outros nos buscaram no hotel. Imagino que os passeios privados (que eu não fiz), devem sair do hotel, mas só mesmo na hora de marcar os passeios é que dá pra saber. ;-)

  2. Caprichou nas fotos, hein! Lindas lindas!

  3. Salvo engano, o grupo da Desert Adventure (que chegou depois de nós à Duna Mayor) ficou preso por conta da chuva. :| Ah! Eu tirei uma foto porquinha em que aparece um raio: http://bit.ly/Qzr9H3 :) Estou adorando os posts e morrendo de vontade de voltar!

    • No dia seguinte fizemos um passeio com a Desert Adventure e uma finlandesa que estava no nosso grupo disse mesmo que eles tiveram que ser resgatados. Só que ela era meio exagerada e eu fiquei com medo de colocar uma informação falsa ou incompleta aqui. Mas, se você também soube, é verdade! E me lembro de ter ouvido algumas sirenes durante a chuva (vocês também ouviram?), então provavelmente era o resgate.

      Sua foto ficou ótima! Eu bem que tentei fotografar os raios, mas não tive sorte. Porque técnica eu já não tenho mesmo. ;-)

      • (Tá meio tortinha :p) Não me lembro das sirenes, me lembro apenas que saímos precisamente quando os pingos de chuva começaram! :) Uma coisa que eu senti por lá é que algumas empresas forçam a barra e fazem coisas “borderline-debaixo-dos-panos”, p.ex. a Desert Adventure levando um *ônibus* pros gêiseres qd o caminho estava aberto apenas pra 4×4, oficialmente.

  4. Camila, as fotos estão lindíssimas!!! ;-) Eu gostei muitíssimo do Valle de la Muerte, e olha que nem vi tudo assim enfeitado pelo sal…

  5. Camila, como eu te disse, fiquei impressionado com a diferença da paisagem q vc pegou em relação à que eu vi. O sal à mostra, como neve, fez os vale da lua parecer outro lugar.
    Acho q, independente da condição climática, o Atacama é assim: impressionante mesmo!
    Fico imaginando como estariam as outras atracões.
    Muito obrigado pela menção ao Rotas!

    • Tiago, talvez o Valle de la Luna tenha sido o mais diferente por causa do sal mesmo, mas no Salar de Tara também vimos umas paisagens especiais. Quando eu postar vou querer saber sua opinião. ;-)

  6. Camila, em qualquer hora do dia, os vales parecem ser maravilhosos. Achei espetacular a foto das Três Marias com a chuva caindo sobre o deserto ao fundo. Lindo.

    • Emília, acho que é isso mesmo! Não depende da hora ou das condições climáticas, é sempre lindo! Até a chuva no deserto tem seus encantos.

      Beijos!

  7. Boia Paulista

    Oi, Camila. Tudo bem?

    Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
    Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

    Beijos e até mais,
    Natalie – Boia Paulista

  8. Mirellesiqueira

    fotos lindas!

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