Confesso que eu tinha um certo preconceito em relação ao Museu das Minas e do Metal. O Eduardo já tinha ido ao Museu de Mineralogia nos tempos de escola e falava que era interessante, mas eu tinha uma certa preguiça. É que eu imaginava um monte de pedras enfileiradas e seus respectivos nomes, nada mais. Na minha concepção, o museu só poderia interessar aos apaixonados por pedras, o que não é o meu caso. Então, em 201o, o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães foi incorporado ao Museu das Minas e do Metal com o surgimento do Circuito Cultural Praça da Liberdade.
Não vou mentir, meu interesse era conferir a restauração do prédio que abriga o Museu das Minas e do Metal, a antiga Secretaria de Educação e, na minha opinião, o mais bonito da Praça da Liberdade. E é com grande orgulho que eu assumo que paguei língua.
AS MINAS
Só quando estava lá é que me dei conta de que seria impossível não associar Minas Gerais às pedras preciosas, né? Não é à toa que temos a marca da mineração até no nome. O primeiro andar do museu é dedicado a esse importante capítulo da nossa história que se faz presente até hoje, as MINAS. Ao longo de um corredor está exposto o Inventário Mineral, parte do acervo do antigo Museu de Mineralogia e também novas pedras adquiridas pelo Museu. Em algumas delas, basta abrir a porta que esconde a pedra para ter acesso ao conteúdo sonoro. Já peço desculpas pela qualidade das fotos, mas o ambiente do museu é um pouco escuro e, como não se pode fotografar com flash, as fotos ficam um pouco comprometidas.
E as tais pedras eram bem mais interessantes do que eu poderia imaginar. Algumas eram tão bonitas ou diferentes que até mereceram um destaque aqui.
Mas o legal é que o museu não fica só nisso. Eles encontraram formas bem divertidas de explorar os recursos minerais, como o Chão de Estrelas, uma exposição no chão em que lunetas ampliam os detalhes do solo que é exposto ou o Mapa das Minas, um mapa interativo com a localização das principais reservas minerais de Minas Gerais.
Em uma outra seção, chamada Miragens, a ilusão de ótica nos leva a crer que as pedras estão bem mais próximas do que parece.
Mas a maior atração, principalmente para as crianças, é o passeio pela Mina de Morro Velho. Trata-se de um elevador virtual no qual “descemos” até o fundo da mais profunda mina de ouro do mundo, localizada em Nova Lima. Nossos guias nessa visita são nada mais, nada menos do que Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina. A Mina de Morro Velho foi explorada por quase 300 anos, tendo sido desativada em 2003. As imagens que se movem pelas paredes apertadas dão realmente a impressão de que estamos descendo.
O METAL
No segundo andar do prédio, o destaque fica por conta dos METAIS. Para começar, uma imensa estrutura em aço com 18 metros de comprimento recepciona os visitantes. O brilho da peça, acentuado pelas placas de cobre ao seu redor, é tão forte que foi até difícil tirar uma foto que fizesse sentido. Além do brilho, outra característica do metal, a maleabilidade, também fica bem evidente. O nome da escultura é Língua Afiada e ela é o símbolo do Museu das Minas e do Metal. Ao longo das exposições, somos apresentados a evidências da grande importância dos metais no nosso dia a dia. Não dá para negar que ele está presente em quase tudo, principalmente quando se trata de tecnologia, né?
As obras, mais uma vez, não são estáticas. A Tabela Periódica, por exemplo, é apresentada de forma diferente, através de tubos metálicos que projetam imagens no chão, com direito ã narração de Dmitry Mendeleev, o criador da tabela periódica. Em outra obra, chamada Logística, interagimos com uma maquete que simula o caminho que o minério percorre da sua extração à distribuição.
A modernidade do museu me surpreendeu positivamente. A mineração e a metalurgia são apresentadas de forma didática e acessível e os recursos tecnológicos tornam as obras bem interativas. Não pude deixar de pensar no Museu da Língua Portuguesa, um museu que eu adorei, e depois descobri que o responsável pela ambientação e design dos espaços do Museu das Minas e do Metal foi Marcelo Dantas, também curador do Museu da Língua Portuguesa.
A ARQUITETURA
Mas o o motivo que me levou até lá? E o prédio? Esse, por si só, já compensaria a visita. Lindo do lado de fora e também belo por dentro. O edifício, projetado para abrigar Secretaria do Interior do Estado, foi inaugurado em 1897, ano da fundação de Belo Horizonte. Sua restauração durou um ano, entre 2008 e 2009, resultado de uma parceria entre o Governo de Minas Gerais e a EBX Investimentos. No total, 20 salas foram restauradas e 18 delas abrigam as exposições do museu. As demais estão disponíveis para eventos. A escadaria alemã de ferro fundido que se avista logo na entrada já dá uma ideia da suntuosidade da construção. Os tetos trabalhados também chamam atenção.
A reforma foi minuciosa. Os restauradores chegaram a encontrar até três camadas de pinturas sobrepostas à original, o que conta um pouco da história do edifício. Em alguns cômodos, as pinturas mais recentes foram mantidas, mas a grande preocupação foi com a recuperação das obras de Frederico Steckel, o artista alemão responsável pela ornamentação do Palácio da Liberdade e das três Secretarias de Estado que existiam na época (do Interior, das Finanças e da Agricultura). O resultado é sensacional!
INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Site oficial: www.mmgerdau.org.br
Endereço: Praça da Liberdade, 680 (Prédio rosa, à direita do Palácio da Liberdade)
Telefone: (31) 3516-7200
Horário de Funcionamento:
- De terça a domingo, das 12h às 17h (permanência até as 18h)
- Às quintas-feiras, das 12h às 21h (permanência até as 22h)
Entrada: Gratuita
Fotografia: Permitida, desde que sem flash e sem tripé.
Restrições: Sapatos de salto alto, alimentos e bebidas são proibidos.
Serviços: Guarda-volumes, loja e cafeteria no térreo.
Tempo de Visita: Reserve pelo menos uma hora para o MMM.
Para mais informações, visite o site do Circuito Cultural Praça da Liberdade.
Para ver tudo o que já foi publicado sobre o Circuito Cultural Praça da Liberdade no Viaggiando, clique aqui.
Oi, Camila! Estou querendo visitar Belo Horizonte, pra conhecer Inhotim e também o roteiro cultural. Você tem alguma dica de hotel que seja bom e não seja tão caro? Obrigado.
Claudio, se você estiver pensando em ir ao Inhotim de ônibus, o Ibis Budget (antigo Formule 1) é uma boa opção, pois ele fica mais ou menos entre a rodoviária e a Praça da Liberdade, mas já é uma região com masi cara d ecentro, sabe? Os Ibis têm localização mais agradável. Um fica ao lado da Praça da Liberdade, perfeito para conhecer o circuito, e o outro Ibis (Savassi) fica mais perto da região e bares e restaurantes, mas também bem próximo à praça. Como moro aqui, não conheço os hotéis, então só reparo mesmo nas marcas mais conhecidas. Você pode procurar por região: Lourdes e Savassi são os melhores bairros para turistas e você pode usar os Ibis dos quais falei como referência de localização, pois ambas são ótimas.
Obrigado, Camila! Vou seguir seu conselho e tentar o Ibis!
Fico muito orgulhoso de ter participado da construção deste museu (fui o coordenador técnico de multimidea) e fico muito feliz em saber que a cada dia descobertas com a sua ainda acontecem.
Oi, Iramá! Você e toda a equipe que fizeram parte da construção estão de parabéns! O museu é ótimo!
Uau, que lugar bacana, não conhecia!
Tb tenho um blog de viagem, quando puder dá uma olhada:
http://www.missviagem.com.br
Te coloquei no meu blogroll, ok?
Bjs,
Carol
Obrigada, Carol!
Camila, lindas fotos e que leitura boa que vc nos proporcionou. Confesso que nunca havia ouvido falar neste museu, vibrei com as imagens. Se soubessemos que tudo isso era lindo assim, no seu casamento com certeza o nosso “tur” teria um destino certo MMM. Deus te abençoe! Beijos
Tia, e agora, quando forem a BH, vão ficar hospedados pertinho das melhores atrações. Não vai ter o super café da manhã do meu casamento, mas eu garanto o pão de queijo! ;-)
Ei Camila! Gostei muito da sua iniciativa de mostrar um pouco mais de Belo Horizonte e do Circuito Cultural da Praça da Liberdade aqui no seu blog! Eu também não sou belo-horizontina, me mudei para estudar, e a cidade, apesar de tudo, acaba me surpreendendo sempre! ;) O lugar que mais amo aqui também é a Praça da Liberdade, que agora ficou ainda mais interessante!!! É uma pena que as pessoas tenham tão pouco interesse… Mas acho que as coisas estão mudando para melhor! Antigos lugares importantes para a história e cultura da capital vêm sendo redescobertos! Vamos ver se o pessoal sai um pouquinho dos botecos né? Rs! Assim que você tiver terminado tudo, vou compartilhar no meu face!!! Beijos!!!
Laís, impossível não gostar da Praça da Liberdade, né? E ela está mesmo ficando cada dia melhor. O blog ficou parado esses dias porque saí de férias, mas na próxima semana estou de volta pra continuar falando sobre o Circuito!
Um museu incrível e acho que pouca gente o conhece. Eu confesso que nem tinha ouvido falar nele, infelizmente conheço pouco do centro de BH (o que espero poder corrigir um pouco na próxima vez).
Me lembrei do Museu da Escola de Minas em Ouro Preto, do qual gostei muito.
Uma ótima viagem para vocês!
Emília, há umas semanas foi divulgada uma pesquisa que mostrou que mesmo a maioria das pessoas que frequenta a Praça da Liberdade não conhece os museus ao seu redor. É uma pena, pois são realmente ótimos e quase todos gratuitos. Espero conseguir divulgar para algumas pessoas através dos meus posts. :-)