Sabe quando você passa diversas vezes em frente a um lugar e nem se dá conta do que existe ali? Pois eu aposto que muitos belorizontinos têm essa relação com o Museu Mineiro. A correria do dia a dia às vezes nos deixa cegos para o que está ao nosso redor, né? O Museu está localizado na Avenida João Pinheiro, pertinho da Praça da Liberdade e muita gente deve passar por sua calçada diariamente sem se dar conta do que existe ali dentro. Eu até tenho a desculpa de ter me mudado para Belo Horizonte há poucos meses, mas a verdade é que também já passei muitas vezes por ali sem dar a devida atenção ao prédio. Só agora, quando me dispus a visitar todos os espaços do Circuito Cultural Praça da Liberdade, é que enfim fui conhecê-lo.
A proposta do Museu Mineiro é documentar e difundir os registros da formação da cultura mineira. O acervo é composto por mais de 2.600 objetos que representam diferentes expressões artísticas e históricas de Minas Gerais. Ele ficou fechado por 3 anos, mas foi reaberto no início de 2012, quando completou 30 anos.
SALA DO COLECIONADOR
A sala que nos apresenta o museu é a Sala do Colecionador, que abriga seis telas de autoria de Manoel da Costa Ataíde, um dos principais nomes do barroco mineiro. As obras representam bem a temática da época em que foram criadas (séculos XVIII e XIX): santos! Elas faziam parte da decoração de uma capela na cidade de São Domingos do Prata, uma cidadezinha que fica perto de João Monlevade. Para completar, uma imagem de São Miguel Arcanjo em madeira, também do século XIX, atribuída a Joaquim José da Natividade.
SALA DAS COLUNAS
Ainda no tema religioso, que tem uma enorme influência na história e na cultura de Minas Gerais, temos a Sala das Colunas. Nela estão expostas dezenas de imagens sacras e equipamentos litúrgicos chamados de “Coleção Geraldo Parreiras”, em homenagem ao colecionador de quem o estado adquiriu o conjunto, em 1978. Difícil é decidir se as peças são mais bonitas que a sala que as abriga. Além do teto decorado, o que mais chama atenção é o lindo pórtico de madeira enfeitado com anjos que pertencia a uma igreja hoje demolida e que agora deixa a saída da Sala das Colunas muito mais bonita.
SALA DAS SESSÕES
A Sala das Sessões é outra sala linda e enorme, que rivaliza em beleza com a Sala das Colunas. O nome vem da época em que o prédio era a sede do Senado Mineiro, mas o que se encontra lá hoje é a coleção da Pinacoteca do Estado. São obras de artistas mineiros, como Yara Tupynambá, Amilcar de Castro, Belmiro de Almeida e Alberto da Veiga Guignard. As telas merecem ser apreciadas com calma. Alguns quadros retratam bem o cotidiano e as paisagens rurais de Minas e despertam certa melancolia em quem, como eu, vem do interior do estado.
SALA DO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO
Para encerrar a visita (antes de visitar a exposição temporária, no subsolo), há a Sala do Arquivo Público Mineiro. A origem do Museu Mineiro aconteceu muitos anos antes da sua criação. Seu acervo começou a ser formado em 1895, quando foi criado o Arquivo Público Mineiro em Ouro Preto. Os planos para sua edificação em Belo Horizonte remontam à época da fundação da cidade, mas sua desvinculação do Arquivo Público só aconteceu dezenas de anos depois. Nessa sala estão expostos essas primeiras peças, que estavam aguardando a inauguração do Museu Mineiro, que só ocorreu em 1982. Além das pinturas retratando a monarquia brasileira, há vários objetos ligados à história de Minas Gerais e até a ferramenta responsável pelo assentamento da primeira pedra usada na construção de BH.
ARQUITETURA
O Museu Mineiro foi originalmente construído para ser a luxuosa residência do Secretário da Agricultura do Estado, mas acabou se tornando a sede do Senado Mineiro, em 1905. Foi aí que ele sofreu sua primeira grande reforma, cuja ampliação deu origem à Sala das Sessões. Com o fim do Senado, em 1930, o prédio passou a abrigar a Pagadoria-Geral do Estado, função que manteve por mais de 40 anos, quando, enfim, foi destinado a abrigar o Museu Mineiro. Na entrada do Museu há uma janela de prospecção que mostra um pedacinho da pintura original do prédio. Tendo sido restaurado e modernizado recentemente, hoje ele está tinindo!
INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Site oficial: Não há. Dá para acompanhar as novidades pelo blog ou pela página do Museu no facebook.
Endereço: Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários.
Telefone: (31) 3269-1109
Horário de Funcionamento:
- Às terças, quartas e sextas, das 10h às 19h
- Às quintas-feiras, das 12h às 21h
- Aos sábados e domingos, das 12h às 19h
Entrada: Gratuita Fotografia: Infelizmente, não é permitida. *
Tempo de Visita: Cerca de uma hora.
Para mais informações, visite o site do Circuito Cultural Praça da Liberdade.
* Como vocês devem ter percebido, é proibido fotografar, mas meu post está cheio de fotos. Tenho que agradecer à Angelina Gonçalves, Assessora de Comunicação da Superintendência de Museus e Artes Visuais, que é quem administra o Museu Mineiro, pela viabilização da sessão de fotos. Todas as fotos aqui expostas são “Obras do Acervo do Museu Mineiro/Superintendência de Museus e Artes Visuais/Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais”.
Para ver tudo o que já foi publicado sobre o Circuito Cultural Praça da Liberdade no Viaggiando, clique aqui.
E os posts sobre Portugal?? :-) … Beijos!
Estou enrolando para começar porque não vai ser nada fácil colocar em palavras todo o meu amor por Portugal. :-)
Estão demorados então por um bom motivo… :-) … Fico tao contente que vcs tenham gostado de Portugal! Assim tenho a certeza que vão querer voltar.. :-)… Beijinhos
Amamos demais Portugal! Quer nos adotar? ;-)
Parabéns Camila pelas ótimas informações e divulgação dos nossos espaços.
Trabalho no Centro de Arte Popular-Cemig e sei o quanto é importante um depoimento como o seu.Se você ainda não nos visitou, procure fazê-lo. Até dia 30 de abril estamos com a bela exposição “MESTRES DA CAPITAL”.
Um abraço.
Oi, Adriana! Eu já estive no Centro de Arte Popular-Cemig duas vezes! Na última foi para tirar fotos e ver a expossição Mestres da Capital, que eu adorei. Aqui está o post que escrevi sobre lá: https://www.viaggiando.com.br/2013/04/centro-de-arte-popular-cemig.html