Quando dei uma olhada no papelzinho que eu acabara de sortear, fiquei até um pouco chateada. Meu primeiro destino nessa longa jornada seria a República Tcheca. Não que o país não tenha uma literatura rica, muito pelo contrário, mas porque a tarefa me parecia fácil. De cara dois autores vieram à minha mente: Milan Kundera e Franz Kafka. Mas aí é que estava o problema que eu ainda não tinha enxergado! Como escolher um único autor, um único livro para representar um país, ainda mais quando ele nos oferece diversas boas opções? A cada livro que eu cogitava, era como seu eu estivesse deixando os outros de lado. Sabe aquele sentimento angustiante que a gente tem quando planeja uma viagem e precisa enxugar o roteiro ao perceber que não dá para visitar todos os lugares que quer? Foi assim que eu me senti ao ir descartando as opções de leitura!
Para tentar me ajudar nessa difícil tarefa, tentei me apegar às minhas regrinhas e escolher um livro mais recente, o que já eliminava Kafka. Ainda assim as opções eram muitas. Descartei também Milan Kundera por já ter lido A Insustentável Leveza do Ser há alguns anos. Nada me impede de repetir os autores, mas eu estava com vontade de fugir do óbvio e experimentar algo novo. Como ponto de partida, usei essa página do Consulado da República Tcheca em São Paulo que traz uma relação de livros tchecos traduzidos para o português e publicados no Brasil. Já que a oferta de traduções é grande, não havia motivos para ter o trabalho de ler em outra língua, né? Então fui verificando essa listinha, começando pelas publicações mais recentes e encontrei um que me interessava: Nem Santos Nem Anjos, de Ivan Klíma, um autor até então completamente desconhecido para mim. Para terminar de me convencer, encontrei o livro à venda na Estante Virtual (um site maravilhoso que reúne centenas de sebos espalhados pelo país) por apenas R$ 7,00 numa livraria perto da minha casa. Não precisei nem pagar o frete, pois fui lá comprar em mãos, e tive a grata surpresa de descobrir que o livro estava novinho, como se nunca tivesse sido manuseado! Esse livro não está disponível para kindle, mas acho que mesmo que se estivesse eu teria ficado com o papel. Por esse preço? Ainda tenho 197 livros para comprar! ;-) Sem contar que, mesmo já tendo me rendido ao livro digital, foi emocionante e simbólico ter esse ritual de ir a uma livraria e sentar na cafeteria mais próxima para começar a folhear as páginas do primeiro exemplar dessa viagem.
Mas chega de blá blá blá e vamos ao livro! Antes disso, vamos só deixar uma coisa clara: eu não sou nenhuma especialista em literatura. O que vou fazer aqui é um pequeno resumo do livro para então expor minhas impressões pessoais, tá?
O que me interessou na resenha de Nem Santos Nem Anjos foi que, apesar de ser uma história contemporânea, ela mostrava o enredo de três gerações em Praga, desde a Segunda Guerra Mundial. A personagem principal do livro é Kristýna, uma mulher divorciada e infeliz que se culpa pelo envolvimento da filha adolescente (Jana) com as drogas e não consegue se reconciliar com seu passado. A vida de Kristýna é um turbilhão de emoções com as quais ela não consegue lidar: o relacionamento com a filha, o luto pela morte do pai com o qual ela nunca se entendeu, a doença terminal do ex-marido que a atraiu… Em meio a tudo isso, Kristýna se envolve com Jan, um rapaz 15 anos mais jovem e que, ao contrário dela, tem muito amor pela vida. Apesar de tratar de assuntos pesados, como drogas, depressão, suicídio e doenças, o livro é leve e fácil de ler. A narração é sempre em primeira pessoa, mas às vezes o autor dá voz a Jana e Jan, o que nos ajuda a ver um outro lado da história.
O contexto histórico da República Tcheca é tratado de forma indireta, mas claramente influencia a vida dos personagens. A avó de Kristýna, por exemplo, morreu numa câmara de gás durante o período de ocupação nazista na extinta Tchecoslováquia. Seu pai trabalhava para o partido comunista russo, a quem ele venerava e ela repugnava. Uma passagem do livro que me deixou pensativa acontece quando a mãe de Kristýna diz que o nazismo quebrou uma corrente de continuidade que a impediu de transmitir algo à filha. Um sentido para a vida, talvez? Numa tentativa de rompimento com as dores do passado, restou apenas um vazio. É muito difícil tentar entender os impactos de uma guerra e de um genocídio na vida das pessoas e acho que é isso que o autor, que foi prisioneiro de um campo de concentração nazista quando criança, tenta nos mostrar.
Em outras passagens do livro, quando Jan menciona sua vontade de fazer algo para mudar o curso da história, não pude deixar de pensar nas manifestações que estão ocorrendo no Brasil nos últimos meses. Olha só: “As pessoas quase sempre estão ansiosas por mudanças. Assim que o tom de mudança prevalece, elas são dominadas pelo entusiasmo e por uma convicção delirante de que as mudanças repentinamente poderão conferir um sentido inesperado às suas vidas. Mas, por esperarem apenas mudanças externas, quase sempre acabam desiludidas”. Bem atual, não?
Nem Santos Nem Anjos foi publicado originalmente em 1999 e no Brasil em 2006, pela editora Record. A tradução é de Aleksandar Jovanovic.
Mais alguns livros de autores tchecos que me recomendaram:
- A Ignorância, Milan Kundera
- A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera
- Risíveis Amores, Milan Kundera
- O Processo, Franz Kafka
- A Metamorfose, Franz Kafka
Saiba mais sobre o Projeto 198 Livros.
Dos projetos mais fantásticos de que tomei conhecimento! Que coisa tao maravilhosa e tao rica culturalmente! Os meus parabéns! A ver se um dia destes ganho coragem ;)
Obrigada, Maria! Realmente esse projeto foi uma das experiências mais ricas que tive até hoje. Comece com passos curtos. Essa viagem não precisa ser feita com pressa.
Não gostei deste livro :( Li-o até ao final porque não gosto de deixar livros a meio, mas a história não me convenceu, nem me despertou interesse! Vou experimentar algum dos outros!
(também acho que não li o livro até ao final. consegui-o online de forma não muito legal e acho que estava incompleto!)
Ih, que pena! Livro pela metade não dá…
Olá Camila, já consegui acabar a leitura do meu primeiro livros. Agora só faltam mais 197!
Eu fiz uma escolha diferente da sua na República Tcheca. Preferi “A insustentável leveza do ser”, do Kundera. Adorei! Você já leu?
Beijos
Li há quase 15 anos, Juliana! Até falo disso no post e explico porque quis escolher outro autor.
De pouquinho a gente chega ao 198º livro. E sem pressa, porque depois vamos sentir saudade! ;-)
Ops, desculpa. Eu li o seu post, e depois li tanta resenha antes de escolher o livro que acabei confundindo tudo, rs. Desculpa!
Preocupa não, Juliana! Também tive que reler o post para lembrar se tinha falado sobre isso! ;-)
Oi Camila! Estou aqui de novo pegando dicas! :) Comecei a ler Nem anjos nem santos! Estou muito contente com essa divulgação toda de vocês! Outro dia vi uma listinha que a Wanessa fez em algum lugar por aqui e já comprei 2 livros de lá por enquanto! Ah, comprei também o outro livro do Luis Cardoso que comentamos! Fico indecisa e não sei qual ler antes! :) Só tenho a agradecer! Mais uma vez eu digo que esse projeto é fantástico! Parabéns!
Lucimara, daqui a pouco você embarca de vez no #198livros! :-)
Camila, eu ficaria muito orgulhosa de mim conseguindo ler todos os livros com vocês! Hoje terminei Nem Santos Nem Anjos! Gostei bastante! E esse é um autor que eu não conhecia. Beijos
Lucimara, cada uma está lendo em seu tempo, tanto que cada uma lê um livro diferente nesse momento! E aí, qual vai ser o próximo? ;-)
Camila, comecei a ler hoje “Como o Soldado Conserta o Gramofone” e já estou bem curiosa com a história! Desde o dia que li o seu post da Bósnia, fiquei com o título na cabeça! Beijo
Meninas,
Acabei de ler o livro! Gostei, mas ele não conseguiu me ganhar e não vai ficar na minha estante, vou passar adiante. Aliás, se alguém quiser, me avise.
No geral, achei a leitura agradável, mas aguentar a autocomiseração da Kristýna foi cansativo no início. Concordo com a Vanessa, não foi uma leitura leve.
Fiquei pensando e gostei de como o autor tratou da questão do perdão, mais especificamente da falta dele, não só nos relacionamentos pessoais, mas, também, em termos históricos (judeus, alemães, russos).
Outra coisa que me chamou a atenção, foi o problema do uso de drogas lícitas (Kristýna, álcool/fumo) x ilícitas (Jana, maconha/outras) e o prejuízo causado por ambas nas relações pessoais.
Enfim, não posso deixar de dizer que gostei ainda mais da resenha da Camila depois de ter lido o livro! Parabéns!
Bjs
Com certeza esse não foi um dos meus livros preferidos até agora, mas achei vários pontos interessantes. Como a questão histórica e a forma como a guerra atingiu cada personagem, por exemplo. O mimimi da Kristýna também me cansou, mas eu tentava pensar que essa depressão é real e que muitas pessoas vivem como ela, sempre infelizes. Tentei entender que isso é uma doença, mas confesso que foi uma tarefa difícil.
Mas o mais importante é que estou muito feliz por ter você a bordo! :-)
Também fiquei super feliz de por você se juntar a nós, Lu!
Camila, já somos seis!!!
Lu, uma das coisas que mais apreciei no livro foi exatamente esse tema do perdão. Achei que o autor tratou do assunto de uma forma muito realista e verdadeira.
Camila, eu não vi o egocentrismo e a imaturidade da Kristýna (que foram a causa da minha irritação com ela) como sinais de depressão. Não sei se a minha memória já começa a falhar, mas nem mesmo identifico sinais claros de uma depressão clínica, fora a anedonia (perda de interesse pelas atividades que antes eram prazerosas). Ela é uma pessoa com problemas de relacionamento (com o pai, com o ex-marido, com a filha, com a irmã…) e ela própria interpretava seu estado como uma depressão, mas eu não vi dessa forma. Será que perdi muita coisa?
Ih, Wanessa, eu sou leiga nesse assunto. Senti que ela tinha um problema crônico, uma incapacidade de ser feliz, sabe? E isso se refletia em todos os relacionamentos dela, principalmente pela baixa auto-estima. Até a cegueira dela em relação à filha parecia ser fruto disso. Ela queria ser aceita e acabava cedendo para não contrariá-la. Mas, como eu disse, sou leiga no assunto e não sei qual seria o termo certo para o caso dela.
Camila, também não sou especialista (nem médica!) :-) Mas, por causa do trabalho, já li um pouco sobre a doença e muitos laudos médicos sobre ela, além de – infelizmente – ter visto alguns casos na família. E todos sempre bem mais sérios do que o dia a dia da Kristýna sugere…
***SPOILERS***
Gente, de novo eu vou só fazer uns comentários soltos aqui pra puxar o assunto – e aí a gente vai trocando ideias, Ok?
Achei super interessante o modo como o autor estruturou a narrativa: 7 capítulos, cada um dividido em 7 subcapítulos, sendo os subcapítulos 1, 2, 3, 4 e 6 narrados pela Kristýna, o 5 sempre narrado pelo Jan e o 7 pela Jana. Fiquei intrigada pela escolha do número 7 (número místico, “conta de mentiroso”), mas não pesquei um significado para isso, não…
Como a Wanessa, a princípio também fiquei muito irritada com a Kristýna e suas crises de autopiedade! Mas, assim que ela vira a mesa e leva a Jana para a clínica de tratamento, ao mesmo tempo em que decide procurar o irmão desconhecido e cuidar do ex-marido, achei que ela cresceu como personagem, se tornou bem mais atraente.
Gostei muito do paralelismo entre mãe e filha – as duas têm trajetórias bem semelhantes, e estão compartilhando um momento de vida em comum, a perda do pai e a necessidade de interromper um processo de autodestruição. No início, Kristýna me parece tão imatura quanto Jana – e acho que ambas só crescem quando param de prestar atenção apenas no próprio umbigo e começam a interagir de verdade com as pessoas ao redor. No caso de Kristýna, a leitura dos diários do pai provoca uma mudança incrível – ela pode até não perdoá-lo, mas passa a aceitá-lo como homem, com todas as suas qualidades e defeitos. (Amei o trecho em que ele conta que levou um mês produzindo um brinquedo para Jana, mas nenhuma das duas gostou, porque era um brinquedo “de menino”…)
No plano mais geral, achei bacana ver como as gerações da mãe, de Kristýna e de Jana vêem a situação da República Tcheca… A mãe manteve o seu medo dos alemães, resquício da guerra, e diz que não se separou do marido, que idolatrava os soviéticos, porque ele poderia protegê-la… A geração de Kristýna já não via nos soviéticos os “heróis” que os livraram do nazismo, mas sim os novos “vilões”… E a geração de Jana – bem, essa se alienou de tudo…
Nesse ponto, achei muito boas as considerações de Jan sobre o seu emprego… Sua função é investigar os mandos e desmandos do regime comunista – mas ele sabe que ele e seus colegas estão, no fundo, fazendo um trabalho inútil, já que a maioria das pessoas deseja apenas esquecer um passado difícil e ruim, e aqueles que poderiam ser implicados em crimes cometidos nessa época também estão empenhados no esquecimento conveniente…
Bom, por enquanto foi isso o que me veio à mente… ;-)
A Kristýna também me irritou, mas eu acho que porque a depressão é mesmo difícil de entender para quem vê de fora. O problema dera era meio crônico, mas foi bom ver que ela conseguiu se desvencilhar de alguns sofrimentos que a acompanhavam há anos, como a mágoa do ex-marido.
O trecho sobre o presente do pai dela me partiu o coração. Eu ficaria com um remorso eterno depois de ler essa parte do diário. rsrs
Eu achei bem legal essa distinção entre as gerações e a forma pela qual cada uma delas foi atingida pela guerra. No fim das contas, a 2ª Guerra tem suas consequências até mesmo na nova geração, que não a vivenciou, mas que cresceu sob sua herança.
Carla, eu fico impressionada! Sua leitura é muito mais profunda que a
minha! Você percebe coisas que me passam batido, sabe? Eu nunca iria
perceber essa estrutura numérica dos capítulos, por exemplo. ;-)
Acho que eu também ia carregar um remorso eterno depois de ler sobre o brinquedo – que dó que me deu!
Camila, essa coisa de analisar a estrutura é mais por hábito mesmo – fico buscando o significado da estrutura do texto, mas às vezes não descubro com facilidade, não… Nesse caso, acho que a escolha do número 7 tem que ter algum motivo, e fico pensando se não pode ser algo ligado a esse misticismo, ainda que leve, do Jan…
Carla, adorei as suas ideias, têm muito a ver com as minhas
impressões do livro.
Eu nem tinha contado os capítulos. Tinha percebido uma certa
regularidade nas aparições de Jan e Jana, mas não havia visto que cada um aparecia sempre no mesmo subitem.
No começo, eu queria bater na Kristýna! Rsrsrs Mas ela passa
por um amadurecimento que foi muito bem construído: conseguir enxergar o paivcom olhos mais realistas, como uma pessoa que tem suas limitações e não pode ser do jeito que ela queria que fosse. Carla, a passagem que você cita é chave (até grifei ela no livro): finalmente, Krystýna consegue ver que, do jeito que podia, seu pai tentou agradá-la, pensou nela, e ela não conseguiu ver isso quando aconteceu. Quantas outras vezes ela não teria ignorado as pequenas
demonstrações de afeto desse pai – as que ele era capaz de dar – pelo fato de não terem sido tudo aquilo que ela esperava dele? Eu fiquei com pena do pai dela nesse trecho.
Para mim, o primeiro marido de Kristýna era um espelho do
que ela via em seu pai: um homem mais velho, duro, que a culpava por tudo, que não lhe dava atenção. Quando ela se apaixona por Jan, um homem muito mais jovem, espontâneo e que insiste em ficar com ela, mesmo quando ela o rejeita, há uma quebra total.
Achei que, assim como Kristýna busca o álcool, e Jana, as drogas, Jan tem sua fuga nos jogos de RPG e no misticismo (bem mais leve, claro!). Seria por medo de não conseguir atingir o que ele acreditava serem as expectativas do seu falecido pai? Afinal, ele não conclui o curso universitário, encontra um emprego instigante, mas que não tem um papel efetivo e, quando tem a chance de participar de um seminário e ganhar alguma visibilidade, desiste.
A sua conclusão, Carla, de que a geração de Jana se alienou
de tudo, é verdadeira e assustadora. Pelo que li da biografia do autor, não acredito que ele tenha querido sugerir, nem de longe, que as coisas estão piores agora, mas esse é um pensamento automático. Como os jovens podem fazer tão mal uso da liberdade conquistada com tanta dificuldade por seus pais?
Olha, eu acabei adorando o livro. Gosto dessas narrativas
psicológicas (adoro os livros do Kundera por isso). Li em algum lugar que é uma tendência em países sujeitos a um regime totalitário, porque esse é o único espaço de liberdade para as pessoas. Faz sentido, né?
O que eu acho muito bacana, nessas narrativas em primeira pessoa, é que a gente só sabe da história pelos olhos do narrador – e o narrador em primeira pessoa é sempre um narrador “não-confiável”, porque ele sempre conta uma história parcial. Como é a Kristýna que narra quase tudo, o leitor é meio “levado pela mão” a confiar no que ela diz, e aí acabamos vendo o pai, a mãe, o ex-marido, e até a filha (embora ela também tenha sua parte na narrativa) filtrados pelo olhar dela. No momento em que temos acesso às palavras do pai no diário é que vemos que a percepção que ela tinha da sua relação com ele poderia ser distorcida…
Eu também acabei gostando muito do livro – mais ou menos da metade para o final eu já tinha me recuperado da irritação com a inércia da Kristýna e comecei a gostar muito do modo como o autor amarrou tudo!
Ah, Carla, eu adoro as narrativas em primeira pessoa, desde Dom Casmurro! rsrsrs Dos livros que li nos últimos tempos, o que achei que melhor explorou essa parcialidade do narrador personagem foi “Precisamos Falar sobre Kevin”.
Carla, eu já acho que ela esperou demais para tomar uma atitude com Jana. Achei bonita a cena quase no final, quando ela está na capela vazia, tendo apenas os dois vasos azuis e começa a entender o pai, o ex-marido e finalmente resolve simplesmente viver o momento presente sem se preocupar se vai durar ou não.
Concordo, Ana Luiza! Acho que ela ficou tentando tapar o sol com a peneira por tempo demais! A menina estava se autodestruindo na frente dela e ela negando o fato, uma agonia… Mas ela mesma diz que fez o mesmo quando desconfiou da traição do ex-marido, e tentou não ver o que estava acontecendo…
E também achei essa cena da igreja muito bonita! Aliás, essa cena é uma das explicações para o título do livro, né? Uma igreja em que as paredes não tinham nem santos nem anjos, apenas paredes nuas. Acho bonita a ideia de que nós também somos paredes nuas, e temos que viver o presente da melhor forma possível, procurando minimizar a angústia do passado e a ansiedade pelo futuro…
Realmente Carla, a maneira como o autor amarrou tudo, faz valer o livro. Eu já estava com medo que Kristýna botasse tudo a perder mais uma vez.
Interessante a sensação que você descreveu tão bem, a de termos que confiar no que ela conta. Me lembrei da relação dela com a irmã, que pelo que ela nos passa é uma pessoal superficial e egoísta, e no final foi quem ajudou ela com Jana. E elas terminam se aproximando!
Gente, só uma curiosidade que não sei se vocês repararam, já que leram os livros na ordem do sorteio… Viram que, no início do capítulo 3, quando a Kristyna vai almoçar com a Lucie, que tinha acabado de chegar de viagem, ela tem um monte de fotos de Ruanda na bolsa?!? ;-)
Carla, eu reparei nisso sim, mas acho que só porque eu tá tinha sorteado Ruanda na época!
Achei um barato a coincidência!
É mesmo!
Camila, terminei o meu primeiro livro! Valeu a dica, fui trabalhar hoje com o livro na minha alma, deixei uma pequena resenha no blog. Encomendei o de Ruanda mas ainda não chegou. Dei bobeira, agora vou atrasar o projeto(rsrsrs) estou sem nenhum para ler. Estou achando que vou seguir vocês e comprar um leitor de e-books para mim!
Ana Luiza, nesses casos também vale desrespeitar a ordem dos países… Eu li primeiro o de Ruanda, justamente porque o da República Tcheca ainda não tinha chegado…
Ana Luiza, que bom que você gostou do livro! Eu ia dizer o mesmo que a Carla: você pode ler outros países se for mais fácil encontrar o livro. Mas o e-book continua sendo uma boa idéia. ;-)
Provavelmente é isso que vou fazer, decidi comprar o kindle porque não tem condição de ficar nesse estresse querendo ler o livro que não chega. E estou sem tempo de ficar pesquisando. Vou ter que me render ……………..
Camila,
na correria não havia conseguido voltar ao blog com tempo para ler as páginas dos livros.
O post do primeiro livro ficou muito bom! Já abri um arquivo para guardar as dicas dos livros. Não vou me aventurar a seguir a VAM dos livros (como disse a Carla, adoro esta expressão!), mas eventualmente vou me encontrar com vocês em algum destino.
Parabéns! A viagem começou muito bem!
Abraço
Marcelo, o bom é que antes de alguma viagem você já vai saber onde encontrar dicas de livros sobre o destino. ;-)
Ueba! Parabéns!
Vou ver se acho uma edição na Estante Virtual para mim. ;-)
Bjs
Espero que você também goste do livro, Lu!
Um projetão e tanto, hein, Camila? Parabéns! Lembrei agora de outro livro que eu li (Kafka…), publicado pela Ediouro na década de 90. “A Colônia Penal e outros contos”. Um apanhado interessantíssmo de vários contos do Kafka, muitos com só uma página. Boa sorte na empreitada!
Arthur, tô sentindo que vai ser uma super viagem! Mal começou e você não sabe o quanto eu já aprendi!
Adorei a resenha Camila! Achei que você foi bem feliz na escolha, me parece que este livro de fato trouxe reflexões importantes sobre o local escolhido. Estou adorando o projeto ;-) Bjs
Obrigada, Lu! Eu tava meio insegura, pois não tenho o costume de comentar sobre os livros que leio ou fazer resenhas, sabe? A leitura sempre foi um hábito solitário. ;-) Espero descobrir muitos livros legais ainda. Já adianto que estou adorando o segundo! Beijos!
parabéns Cá! hj vou postar sobre o livro q acabei de terminar e vou falar sobre seu projeto. bj
Obrigada, Helô!!!
Camila,
Como imaginei desde a sua ideia inicial, este projeto vai ser muito legal mesmo. O primeiro post ficou fantástico, com o resenha do livro e as outras indicações daquele país. Fiquei imaginando a super coletânea ao final.
Infelizmente não consigo ter o seu ritmo, mas com certeza vou passar por aqui pra pegar umas sugestões.
Parabéns!
Obrigada, Camila! Que bom saber que você gostou do formato do post! Ainda estou ensaiando, mas espero que o resultado seja legal! :-)
Acabei de terminar de ler o livro, Camila, e gostei muito da leitura. Ainda bem que segui sua dica! Só não posso dizer que concordo com ter sido uma leitura leve… Quero escrever sobre ele até o fim de semana, mas vou correndo pra Ruanda agora.
Menina, estou me sentindo praticamente uma especialista em literatura tcheca?! Li toda a lista aí do final! :-)
Wanessa, acho super interessante essas diferentes percepções que a gente pode ter de um mesmo livro e esse é um dos motivos pelos quais a leitura é fascinante! Os temas são pesados, mas, não sei porque, achei que o autor os conduziu de forma leve. Eu não me senti angustiada lendo a história, sabe? E olha que nem era aquele tipo de livro que a gente tem a certeza de que o final vai ser feliz, né? Também gostei! E que bom que você, que conhece bem melhor a literatura tcheca do que eu, aprovou a escolha! :-)
Tivemos mesmo impressões bem diferentes, Camila, porque achei o livro angustiante no começo – e a Kristyna tb me irritava às vezes, com tanta autocomiseração! Mas a leitura flui muito bem mesmo.
Você está se saindo muito bem na função de “editora” do grupo! The Past Ahead é instigaste. Comecei a ler no IPad mesmo, p nao ficar pra trás, e estou gostando muito (e conseguindo entender o texto, o q é melhor!).
Ah! E os outros livros tchecos foram todos lidos na época da faculdade ou logo depois. Tb já nao consigo ler tanto e tão rápido quanto antes…
Wanessa, acho que tive sorte até agora! Espero que eu encontre mais boas leituras para nós!
Terminei de ler The Past Ahead agora há pouco e já vou publicar o post. Simplesmente amei!
Que gostoso, fiquei com vontade de ler tbm!
Acabei “O processo” de Kafka e logo logo vem a resenha no ideiasnamala.com, acabei escolhendo o Kafka porque nunca havia lido nada dele e achei BEM interessante, bom para quem quer pensar. Já embarquei no “The past ahead” e tô vendo que esse vai ser rapidinho :O).
Beijos
Marina, ainda estou na metade, mas tô achando que The Past Ahead foi uma ótima escolha, viu? Tô me segurando, mas não dá vontade de parar de ler!
Oba, o primeiro destino da VAM dos livros já está no ar!!!
Camila, um ponto que me incentivou a seguir a sua escolha em vez de ler Kafka ou Kundera foi mesmo essa fuga do óbvio. Nas minhas regrinhas pessoais para escolher os romances vou procurar buscar autores que sejam novidade para mim, já que a ideia é abrir os horizontes…
Posso dar uma sugestão? Vale incluir na listinha acima A Metamorfose, o clássico dos clássicos do Kafka!
Carla, eu também quero aproveitar essa experiência para descobrir autores novos, o que não vai ser muito difícil, já que eu não li autores de tantos países, né?
Já incluí A Metamorfose na lista!
E agora, você está na República Tcheca ou em Ruanda? ;-)
Eu estou em Ruanda! Ainda estou no segundo capítulo do The Past Ahead, mas estou gostando muito, é o tipo de narrativa que me encanta.
Meu Nem Santos Nem Anjos só chegou hoje, então vou ler logo depois de Ruanda – vai ser meu companheiro de férias! (Aliás, vou estar aí pertinho de você semana que vem – vou pra Ouro Preto e São João del Rei / Tiradentes!)
Carla, eu estou adorando The Past Ahead! Estou um pouquinho na sua frente, mas estou tentando ir com calma. Já estão achando que leio muito rápido. rsrs
Que delícia passar férias nas cidades históricas! Não vai rolar uma esticadinha até BH? ;-)
Dessa vez não vai dar tempo de esticar até BH, infelizmente – e nem de ir até o Inhotim… Vamos sair de Niterói direto para Ouro Preto no sábado, e ficamos lá até 2a. de tarde, quando vamos para São João del Rei. Ficamos lá e nos arredores até 6a. de manhã, e voltamos por Petrópolis.
Sabe que eu também estou impressionada com a sua rapidez de leitura? Eu sempre fui assim também, devoradora de livros, rsrsrs… Depois fui ficando mais lenta, em parte por questões profissionais mesmo – leio, releio, faço anotações, marco passagens que podem vir a ser importantes para pesquisas futuras… Estou tentando me libertar disso na VAM dos livros e só curtir o prazer da leitura, mas o meu The Past Ahead já está cheio de notinhas, e já estou pensando mil formas de dar um jeito de usar esse projeto nas minhas pesquisas…
Carla, o tempo que eu levo depende muito do livro. Quando é bom, eu simplesmente não consigo parar de ler! Leio pelo menos à noite, antes de dormir, nem que seja por uns minutinhos, mas quando estou envolvida com a história acabo dormindo tarde. rsrs Na época da faculdade eu lia muito mais rápido, chegava a passar noites em claro lendo, mas aí a vida era outra, né? Mas sabe que nunca tive o costume de fazer anotações? Só com o kindle foi que eu comecei a marcar algumas passagens, que agora vão me ajudar nas resenhas.
Camila, eu só comecei a anotar por vício profissional – na época do mestrado e do doutorado enchia os livros de post-its coloridos, porque não tenho coragem de escrever neles… Depois disso, não consegui largar a mania! Ao menos no Kindle faço notas com mais praticidade…