Não sei se eu já contei aqui como foi que o Viaggiando surgiu. Eu não criei o blog porque queria compartilhar as dicas de viagem que eu sempre passava para os amigos, até porque minha bagagem de viagens era bem pequena naquela época e eu não dava dicas para ninguém. Também não foi para atualizar minha família que estava longe, até porque eu nunca morei fora do Brasil. Eu nem conhecia os blogs de viagem até o dia em que, para matar a saudade da nossa viagem de carro até Buenos Aires, resolvi procurar por Colonia del Sacramento na internet. E foi aí que eu descobri o blog da Carla Portilho, o Idas e Vindas, em 2007. Eu fiquei apaixonada pelo blog, li tudo desde o comecinho (ainda bem que ele não era muito antigo!) e me identifiquei muito com o jeito de escrever e viajar da Carla.
Agora imaginem o quanto eu fiquei feliz quando a Carla (e a Wanessa, a Marina, a Ana Luiza…) resolveu me acompanhar no #198livros! Ainda por cima, a Carla é professora doutora em literatura e desde o inicinho tem deixado diversas dicas de livros. No post que ela escreveu dá para ver que ela conseguiu deixar o projeto ainda mais bonito! Super companhia, né? Então, quando eu pedi dicas de livros argentinos e ela disse “TEM que ser O Cantor de Tango“, eu não pensei duas vezes! Suspendi minhas pesquisas e corri para comprar o meu exemplar! Eu gostaria de ler os livros em espanhol em sua versão original, mas, como não havia versão para kindle e a versão impressa é meio cara por aqui, acabei ficando com o livro em português mesmo que encontrei usado por um precinho mais acessível.
O Cantor de Tango, de Tomas Eloy Martinez, é um verdadeiro tratado sobre Buenos Aires. É o primeiro livro do projeto #198livros que se passa em um lugar que eu conheço, então foi uma experiência diferente das demais, pois, além de imaginar o que o escritor descreve, eu pude também comparar com minhas lembranças e impressões. Mas a Buenos Aires que o protagonista e narrador Bruno Cadogan conhece vai muito além da Buenos Aires turística. Bruno é um doutorando americano que está escrevendo uma tese sobre as origens do tango baseado nos ensaios do escritor Jorge Luis Borges. Ele achava que não precisaria ir a Buenos Aires, cidade que ele julgava já conhecer através de centenas de fotos e filmes, “uma cidade parecida com Kuala Lumpur: tropical e exótica, falsamente moderna, habitada por descendentes de europeus acostumados à barbárie”. Sua opinião muda quando lhe falam de Julio Martel, um cantor de tangos antigos que nunca deixou sua voz gravada e que alguns dizem ser melhor do que Carlos Gardel.
Em busca de Julio Martel, Bruno Cadogan viaja para Buenos Aires (e descobre que ela não se parece em nada com Kuala Lumpur). A viagem transcorre entre setembro e dezembro de 2001, quando a Argentina sofre com uma forte crise econômica e Buenos Aires é tomada por protestos. Os panelaços nessa época tiveram repercussão mundial e em 12 dias o país teve 5 presidentes diferentes. A história progride junto com a crise, o que parece deixar Bruno ainda mais envolvido com a cidade e seus moradores.
O motivo que o levou até lá se mostra muito mais complicado do que ele imaginava, pois Martel agora só se apresenta em locais inusitados e sem data marcada. A busca pelo cantor e a tentativa de antecipar onde seriam as próximas apresentações faz com que Bruno entre em uma espécie de labirinto, espacial e temporal, da cidade de Buenos Aires. Lugares como o Palácio das Águas e o Parque Chas são quase como personagens da trama e são dois lugares da cidade que eu fiquei morrendo de vontade de conhecer.
Buenos Aires é retratada de forma fascinante através dos olhos de um forasteiro que se espanta com a luz que cobre a cidade no final do dia, com a quantidade de cafés e com o fato de que “a maioria dos clientes lia diante de uma xícara vazia durante muito tempo sem que os obrigassem a pagar a conta e sair, como em Nova York e Paris”.
Bruno narra sua viagem com tamanha riqueza de detalhes que é difícil acreditar que a obra seja realmente uma ficção. Será que as histórias de Catalina Godel, Felicitás Alcântara e Mocho Andrade são mesmo só histórias? Recorri várias vezes ao Google para verificar se não eram personagens reais, mas o próprio autor afirma no livro que eles são imaginários, mesmo aqueles que parecem reais. E como parecem!
Jorge Luis Borges é tema recorrente no livro, principalmente o conto O Aleph, e eu gostaria de ter lido a obra de Borges antes para entender melhor algumas referências. Como ainda tenho muitos livros para ler nos próximos meses e anos, Borges terá que esperar.
Tomas Eloy Martinez faleceu em 2010. Natural de Tucumán, ele viveu muitos anos no exterior e talvez seja por isso que ele tenha conseguido descrever Buenos Aires tão bem, mas, ao mesmo tempo, com os olhos de alguém que a vê pela primeira vez.
“O verdadeiro labirinto de Buenos Aires é sua gente. Tão próxima e ao mesmo tempo tão distante. Tão uniforme por fora e tão diversa por dentro. ”
O Cantor de Tango foi publicado originalmente em espanhol, em 2004, e no mesmo ano em português, pela Companhia das Letras. A tradução é de Sérgio Molina.
Mais alguns livros de autores argentinos:
- O Passado, Alan Pauls
- O Segredo dos Seus Olhos, Eduardo Sacheri
- A Invenção de Morel, Adolfo Bioy Casares
Saiba mais sobre o Projeto 198 Livros.
Cheguei no seu site precisamente porque joguei Catalina Godel no Google kkkk estou lendo esse livro agora e como apaixonada por Buenos Aires (razão pela qual comprei o livro) estou amando o livro. O autor faz descrições tão ricas que é bem difícil acreditar que os personagens não existem
Odiei este livro ahahaha
Demorei uns 3 meses para o conseguir acabar… Acho que li uns 3 ou 4 livros pelo meio, só para não terminar este. :(
Isso só prova que gosto não se discute, porque eu adorei! =)
É verdade! Gostos não se discutem mesmo :) Ou como eles dizem aqui em Espanha “Para gustos, colores”
Olá, acabei de conhecer o seu blog, estava fazendo uma pesquisa de livros sobre a Argentina e me deparei com o “Viaggiando”.
Anotei a dica, e acabei de comprar pela Estante Virtual, “O Cantor de Tango”.
Você poderia me indicar mais alguns livros, em português, sobre a Argentina, de uma forma geral sobre a história, a cultura do país, etc. Gostaria de saber mais sobre um país que adoro.
Parabéns pelo blog, vou ler mais “posts”.
Obrigado pela ajuda.
Oi, Allysson! Infelizmente não poderei te ajudar muito, pois meu conhecimento sobre a literatura argentina é bem pequeno. No final do post eu coloquei mais algumas sugestões que eu recebi e a Carla Portilho deixou um comentário ali em cima com mais indicações. Olha só:
“Tenho mais algumas dicas para acrescentar à listinha: do próprio
Martinez, duas boas ideias também são Santa Evita e La novela de Perón. Por enquanto, só li o Santa Evita; agora o Perón vai ter que ir pro fim da fila, rsrsrs… Recomendo também o Plata Quemada e o La Ciudad Ausente, do Ricardo Piglia. Se alguém quiser ler contos, tem um fascinante do Julio Cortázar, “El otro cielo”, que se passa em Buenos Aires e conta a história de um personagem que sempre que entra na Galería Güemes (aquela da Florida onde fica o Piazzolla Tango) sai na Galerie Vivienne, em Paris…
Ah, e tem um livro super bacana também, que não é ficção mas é uma das coisas mais interessantes que já li sobre a Argentina e os argentinos: um livro de duas jornalistas brasileiras, Marcia Carmo e Monica Yanakiew, chamado, como não poderia deixar de ser, Argentinos…”
Camila, também é pra mim a primeira experiência de ler um livro de um lugar que já visitei. To gostando! E eu não li o Aleph assim como você :)
São experiências diferentes quando a gente conhece ou não o país/cidade, né? Numa a gente tenta reconhecer traços e locais que percebemos estando lá e no outro é tudo novidade e a curiosidade de ver tudo com os próprios olhos só aumenta! E ambas são interessantes!
E também percebi que deixei de ver algumas coisas que ele cita no livro rsrs.
O ideal mesmo era que terminássemos de ler ao mesmo tempo, quando a gente ainda está no vácuo da saída de um para a entrada no próximo! Ajudaria a fazer a transição! Mas a perfeição não existe, esse projeto já está trazendo tanta coisa boa, que não podemos querer demais, seria abusar, rsrsrs!
Também adorei o comentário, e estou para iniciar o de Omã, morrendo de curiosidade!
***SPOILER***
Uau, faz um tempão que eu não deixo um comentário desses com spoiler após terminar de ler um livro! Já faz uns dias que terminei de reler O Cantor de Tango, mas eu ainda queria reler os dois contos do Borges que ele menciona no romance antes de vir fazer os meus comentários – juntando isso com o fim do semestre na universidade e o Natal, acabei demorando muito…
Ainda no início da minha releitura, eu decidi encaixar o romance no meu próximo projeto de pesquisa, que vai ter como tema principal o detetive metafísico. O conceito de detetive metafísico surgiu nos anos 40, mas foi desenvolvido mais a fundo por um pesquisador da Universidade de Yale, Michael Holquist, no início dos anos 90. Ele explica que o detetive metafísico é aquele que tem dúvidas acerca de tudo e que, no processo de investigação, acaba descobrindo muito mais a respeito de si próprio do que do crime que poderia estar investigando. Muitas vezes um personagem que não é detetive, em um romance que não é policial, pode ser identificado como um detetive metafísico.
Esse é o caso de Bruno Cadogan. Ele é um intelectual, um pesquisador – o que já basta para assegurar a ele o posto de detetive, já que a pesquisa acadêmica pressupõe um certo tipo de investigação… Ao longo do seu processo investigativo sobre Julio Martel, Bruno descobre muito mais sobre si próprio e sobre a cidade de Buenos Aires do que sobre o seu objeto de pesquisa inicial. O que ele acaba empreendendo – e vale notar que o último parágrafo aponta o romance como sendo a obra produzida por Bruno depois de voltar para NYC – é uma construção da memória recente da Argentina. Por mais que os personagens criados por Martinez sejam fictícios – e concordo que muitas vezes eles parecem extremamente reais! – os fatos históricos, como os panelaços, a confusão monetária, a queda de vários presidentes em questão de dias, o sequestro dos cadáveres de Evita e do General Aramburu, a atuação dos Montoneros, são verdadeiros.
Muitas vezes se diz, em literatura, que caminhar equivale a narrar (e um exemplo legal disso é o Cidade de Vidro, do Paul Auster). Bruno caminha por toda Buenos Aires, e se perde no labirinto do Parque Chas, justamente quando começa a desvendar o mistério das apresentações de Martel. As ruas circulares do Parque Chas equivalem às narrativas concêntricas que o levam a perceber que existe uma lógica na escolha dos locais onde Martel se apresenta – essas narrativas concêntricas são como as camadas de uma cebola… Mocho Andrade narra a sua história a Martel, que a conta a Alcira que, por sua vez, a repassa a Bruno que, como o autor fictício do romance, a repassa a nós, leitores. Nesse processo narrativo, a memória vai sendo construída enquanto se busca a saída do labirinto. Mais para o final do romance, não me lembro se o narrador ou um dos personagens nos diz que a forma de um labirinto não está nas paredes, mas no espaço entre elas – assim também acontece com o texto, já que o seu significado não está no que é dito, mas nas entrelinhas, no que o leitor deve, por sua própria conta, construir.
Consegui o livro Ficções, onde está o conto “A morte e a bússola”, que é mencionado no romance, em pdf. Vou enviar para vocês pelo FB, assim como um texto crítico bem interessante que eu também separei.
Carla, eu lamento não ler os livros ao mesmo tempo que você porque seus comentários são sensacionais! Você enriquece muito as leituras com suas análises! São detalhes para os quais meu olhar leigo nunca se atentaria. Por isso estou doida para que você leia alguns livros, como de Omã. Tenho certeza de que você me ajudará a enxergar muitas coisas novas.
Achei muito interessante esse conceito de detetive metafísico! Acontece um pouco desse processo comigo a cada post que escrevo para o blog. ;-)
Camila, mas é melhor que você esteja mais adiantada do que eu do que mais atrasada! Assim, quando eu faço o comentário, você já leu o livro e podemos bater papo – seria chato se eu estivesse na frente…
Eu estou começando o livro da Bósnia e logo em seguida vou ler Omã! Estou bem curiosa, já que vocês curtiram tanto o livro!
Carla, aposto que o da Bósnia também vai render análises interessantes.
Carla, adorei o comentário! Sem dúvida a leitura fica mais interessante com eles! Também estou curiosa para saber o que você vai achar do livro de Omã.
Oi Camila, acabei de encontrar seu blog nas buscas que faço no Google das referências do livro o Cantor de Tango que leio pela segunda vez, justamente para saber se alguns personagens são de fato verídicos ou não. Sugiro um outro livro do mesmo autor, Tomás Eloy Martinez, Santa Evita, que ele escreveu após muita pesquisa, este sim verídico, diria SURREAL, essa estória que é história, o que me fez visitar o Meseu Evita numa de minhas inúmeras idas a esta cidade que gosto muito. Não dá para acreditar que aquilo que é contado aconteceunde fato. Passarei a acompanhar seu trabalho, pois gosto muito de viajar e ler e quando quiser dicas algumas dicas portenhas estou à dsiposição. Aqui vai uma Pizzaria Guerrin (muito bom !) na Corrientes, ao lado “brasileiro” Íbis.
Marcos, o livro é tão envolvente que a gente fica na dúvida sobre o que é real ou não, né? Com certeza eu irei reler O Cantor de Tango antes de voltar a Buenos Aires. E vou incluir Santa Evita na minha lista de futuras leituras. :-)
Não li o livro “Argentinos” que a Carla mencionou, mas “Os Chineses” é ótimo!
Também morri de rir com a comparação Kuala Lumpur – Buenos Aires!
O filme “O Segredo dos seu olhos” é lindo demais!
Acho que quando vocês estiverem terminando essa VAM de livros, eu começo!
Bjs
Lu, não precisa nos esperar terminar! Pode ir pegando umas caronas pelo caminho! :-)
Gente que legal, descobrir tantas dicas de livros! E da história dos blogs também! Ainda estou empancada sem ter acesso a livro nenhum do projeto. Eu vi o filme “O segredo dos seus olhos” excelente!
Ana Luiza, você tem um perfil no Facebook? Procura a gente por lá, porque às vezes trocamos umas mensagens sobre as pesquisas, a escolha dos livros… Eu já mandei alguns textos para as meninas que posso mandar para você também! ;-)
Ah, legal tenho sim vou adicionar vocês.
Legal, vou adicionar vocês,
Agora fiquei com vontade de ver o filme, Ana Luiza! Sabe que esse projeto está aumentando também a minha lista de filmes para assistir! Está sendo uma ótima imersão cultural pelo mundo! :-)
Não deixe de ver Camila, ê muito bom, concordo com você, esta sendo muito enriquecedor, e também esta trazendo, pelo menos para mim, uma mudança de paradigmas. Antes nao queria nem pensar em livros digitais e aqui estou eu no meu mini iPad recem adquirido com meu livro dos Emirados Árabes já baixado na agulha para ser lido,
Ana Luiza, também era muito resistente aos livros eletrônicos, mas o que faltava era um bom motivo para me render. Comprei o kindle e estou no meu terceiro livro eletrônico seguido!
Ana Luiza, a gente conseguiu até que a Wanessa voltasse a acessar o facebook! rsrs
Depois me conte como está sendo sua experiência com os livros digitais! Eu no começo era meio relutante, mas me acostumei tanto que agora estranho quando tenho que ler um livro em papel!
Já eu abracei a ideia do Kindle desde o início – comprei o meu assim que pude, nos EUA, em 2010. Mas não achava que a leitura seria tão prazerosa como hoje sei que é – eu achava apenas que facilitaria a minha vida no trabalho…
A minha lista de filmes também está crescendo – até reativei o meu cadastro na locadora, que estava abandonado!
Também vi, Ana Luiza, e é maravilhoso! Até ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Ah, fui verificar e eu tenho O Aleph em pdf. O livro todo tem cerca de 100 págnas, mas o conto em si tem pouco mais de 10. Vou mandar o arquivo pra vocês pelo FB!
Quando eu li O Cantor de Tango, eu ainda não tinha ido a Kuala Lumpur, e não me lembrava mais que o personagem faz essa comparação, que hoje em dia me parece a coisa mais absurda do mundo, rsrsrs… Bs. As. e KL não tem absolutamente nada, mas nada mesmo, a ver uma com a outra!!! ;-)
Dá um orgulhinho por dentro quando vocês dizem que se inspiraram no Idas & Vindas… É como se o blog desse filhotes, né? ;-)
Mas é quase isso mesmo! O Agora Vai e o A Turista Acidental completam o trio de blogs que me inspiraram a criar o Viaggiando! ;-)
Meninas, vocês estão me matando de tanto rir… Eu adoraria que os meus alunos fossem assim tão “obedientes”! Ah, se toda vez que eu dissesse que eles TÊM que ler alguma coisa eles lessem mesmo, eu seria a professora mais realizada do mundo! ;-)
Mas O Cantor de Tango não foi mesmo perfeito para representar a Argentina? Fiquei fascinada pelo livro quando li da primeira vez – e vou reler com o maior gosto quando chegar à Argentina! (Aliás, o Martinez faleceu quando eu estava fazendo aquele cruzeiro pela Patagônia – e eu soube por uma primeira página de jornal que vi numa banca em Puerto Madryn, uma tristeza…)
Tenho mais algumas dicas para acrescentar à listinha: do próprio Martinez, duas boas ideias também são Santa Evita e La novela de Perón. Por enquanto, só li o Santa Evita; agora o Perón vai ter que ir pro fim da fila, rsrsrs… Recomendo também o Plata Quemada e o La Ciudad Ausente, do Ricardo Piglia. Se alguém quiser ler contos, tem um fascinante do Julio Cortázar, “El otro cielo”, que se passa em Buenos Aires e conta a história de um personagem que sempre que entra na Galería Güemes (aquela da Florida onde fica o Piazzolla Tango) sai na Galerie Vivienne, em Paris…
Ah, e tem um livro super bacana também, que não é ficção mas é uma das coisas mais interessantes que já li sobre a Argentina e os argentinos: um livro de duas jornalistas brasileiras, Marcia Carmo e Monica Yanakiew, chamado, como não poderia deixar de ser, Argentinos…
Como nós vamos fazer com a imensa lista de livros que vamos gerar ao longo desse projeto para lermos quando ele acabar? Já cheguei a pensar que eu teria que largar o emprego e passar os meus dias só lendo para dar conta de tudo o que quero. rsrs
O Cantor de Tango foi mesmo perfeito! Você viu como ele surgiu? Foi encomendado ao autor por uma editora inglesa para uma série chamada “Os escritores e suas cidades”. E o Martinez disse que havia sonhado com a história de Julio Martel e que então a adaptou para a série. Legal, né?
Eu acho que quando essa volta do mundo acabar, vamos ter que recomeçar os sorteios imediatamente e dar outra volta ao mundo… E quando essa outra acabar, vamos ter que recomeçar os sorteios, e assim sucessivamente… ;-)
Carla, mas você é a especialista aqui! Se a escolha é tão óbvia pra você, é claro que está decidido! rsrsrs
Obrigada pelos livros! Talvez eu acabe lendo “El otro cielo”, porque nas livrarias aqui da cidade não achei nem “O cantor de tango” nem qualquer dos demais que você indicou (uma vergonha…).
Camila, eu acho que vamos ter tantas dicas extras que depois vamos dar muitas outras voltas ao mundo… Ontem, visitando as livrarias aqui de João Pessoa, percebi que, por mais que o acervo seja limitado, dá pra ter acesso a muito mais do que os livros americanos e ingleses que eu sempre escolhia. Com o kindle, então, nem se fala!
Que pena que você não encontrou o livro! Sabe que eu nem tenho olhado as livrarias convencionais? Os livros são tão caros que eu tenho olhado só mesmo os sebos e kindle. E os que comprei na Estante Virtual chegaram mais ou menos em uma semana. Quando você tiver mais tempo, é uma saída.
Gente, mas vocês já repararam que às vezes as edições Kindle também são super caras?!? Esse é um mistério que eu não consigo compreender – como a edição digital pode custar mais do que a edição impressa…
Em inglês a gente acha umas pechinchas, mas os livros em português costumam ser caros mesmo para kindle. Também não entendo.
Eita, se a Carla disse que TEM de ser esse, então, TEM de ser esse! Eu estava pensando em ler outra coisa, mas, depois dessa, nem vou resistir mais, vou ver se acho pra comprar aqui em João Pessoa. Pela sua resenha, parece mesmo um livro ideal para o nosso propósito.
Posso sugerir um filme pra completar o cenário “Buenos Aires na crise”? O Clube da Lua (Luna de Avellaneda). É sobre os esforços dos sócios que tentam salvar o clube do bairro, prestes a fechar por causa das dívidas. O problema é que os próprios sócios mal conseguem dinheiro pra sobreviver. É uma dessas histórias que a gente assiste e fica tocada com as dificuldades, mas também com a força dos personagens…
Sabe que eu entrei no Palacio de Aguas? Uma vez, vindo do aeroporto, o táxi passou ao lado, e eu fiquei encantada com aquele prédio enorme, com uma arquitetura tão peculiar! E como aquilo podia não ser uma atração turística tão conhecida quanto a Casa Rosada?? Perguntei logo ao taxista o que funcionava ali e depois voltei pra conferir. Aí, quando eu fotografava a fachada, uma guardinha me disse que podia entrar! Fiz uma visita guiada e tudo. O guia era um senhorzinho quase da idade do prédio, e o passeio foi uma conversa com ele, porque só tinha eu pra visitar. Lá existe um museu e fiquei sabendo tudo sobre o sistema de abastecimento de água de Buenos Aires! rsrsrs O choque foi descobrir que o prédio é só uma “caixa” e, dentro daquela fachada de palácio, o que existe é praticamente uma casa de máquinas, cheia de tubulações. Eu nunca imaginaria… Enfim, quando voltar a Buenos Aires, vale visitar.
Ah! Não podia deixar de dizer que o Idas e Vindas foi uma inspiração pra mim, mas o Viaggiando também! Junto com o Agora Vai, do Arthur, foram os blogs que eu li antes de ir ao Peru e, na volta, decidi escrever o meu.
Wanessa, depois do “TEM QUE”, eu nem pensei duas vezes! rsrs E foi uma ótima escolha mesmo, pois o livro consegue descrever Buenos Aires de uma forma maravilhosa. Vou procurar esse filme para completar o tema!
Que legal que você foi ao Palacio de Aguas! O livro fala bastante dele! Eu nunca tinha ouvido falar e é claro que procurei umas fotos na internet que me deixaram ainda mais curiosa.
E eu me lembro de quando você e a Lu Malheiros estavam por aqui ainda pesquisando sobre o Peru! :-)