“Às vezes parece-me que ficamos aflitos e possuídos por um desejo pelo impossível. Buscamos o não-natural ou o sobrenatural, aquilo que não existe, um milagre.”, disse Maurits Cornelis Escher, o artista gráfico holandês que conseguiu criar o impossível. A mostra A Magia de Escher, que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba, acaba de aterrissar em Belo Horizonte. De acordo com a revista The Art Newspaper, a exposição foi a mais visitada no mundo em 2011, quando já estava em solo brasileiro. E que obras de arte são essas que atraíram mais de um milhão de telespectadores em um país como o Brasil, que nem mesmo tem uma tradição de consumo cultural consolidada?
No início do ano eu acompanhei, através de alguns blogs e pelo instagram, a exposição em Curitiba e fiquei morrendo de vontade de ver tudo de perto, mas nem imaginava que teria essa chance em BH. A exposição foi aberta ao público na última sexta-feira e no sábado eu já estava lá para conferir. Acostumada a ver nossos museus muitas vezes vazios, me surpreendi com a quantidade de pessoas no Palácio das Artes. Tivemos sorte de chegar e entrar direto, por volta das 14h, pois quando saímos a fila já estava gigantesca.
A Magia de Escher agrada adultos e crianças. Elas devem ficar maravilhadas numa sala que parece ter tudo no lugar quando se olha por uma de suas janelas, mas que está de pernas para o ar quando vista por outro ângulo. Nós, livres da inocência, enxergamos tudo com outros olhos, tentando desvendar o que está por trás de cada “mistério”.
A exposição é interativa. Somos convidados não só a apreciar as obras, mas também a entrar no mundo de Escher através de ambientes que recriam seu imaginário. Uma das salas é uma réplica do local em que ele fez seu auto-retrato em uma esfera. Com um pouquinho de paciência para esperar a sala ficar vazia, é possível recriar a mesma imagem. De preferência segurando a esfera com a mão certa e na posição correta, o que não foi o meu caso. ;-)
Mas uma das atrações mais disputadas é a caixa na qual a ilusão de ótica pode nos transformar em gigantes. Com crianças, que viram verdadeiras miniaturas no canto esquerdo, a cena fica ainda mais engraçada!
Escher usava e abusava de efeitos óticos, espelhamento e perspectivas na hora de criar suas obras. Não faltam cenários lúdicos para que a gente se divirta e os adultos voltem a ser crianças no meio dessas brincadeiras.
Algumas obras hoje podem até parecer banais, pois é muito fácil criar seus efeitos no computador. Um quadro que parece se mexer junto com o telespectador já não é novidade, mas Escher, que nasceu em 1898, fez tudo isso há mais de meio século usando técnicas de xilogravura e litogravura (não se preocupe, eu também não sabia o que significada cada um desses termos).
À primeira vista, algumas obras podem até parecer desenhos comuns, mas basta olhar com um pouquinho mais de atenção para perceber que o que nossos olhos vêem simplesmente não pode existir no mundo real!
Escher também explorou bastante o conceito de ladrilhamento para representar o infinito ou a metamorfose dos espaços e do tempo (dia/noite, água/céu). Em muitas obras, as influências moura e italiana são claramente visíveis, heranças dos azulejos que descobriu em suas viagens à Espanha e no período em que morou na Itália.
No final da exposição, ainda há um filme de 10 minutos em 3D que explica algumas de suas obras, se é que se pode explicar o impossível.
Infelizmente, a temporada da exposição no Brasil se encerra em BH. Quem for à Holanda, pode visitar as obras de Escher no museu Queen Emma, em Haia, que sedia uma exposição permanente. Para mais informações, visite o site do museu.
A Magia de Escher fica em cartaz em Belo Horizonte de 20 de setembro a 17 de novembro, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro), de terça a sábado, das 9h30 às 21h e aos domingos e feriados, das 16h às 21h. A entrada é gratuita.
Oi Camila!! Por um motivo incompreensível eu perdi essa exposição aqui em SP. Mas achei q tive uma segunda chance quando entrei no seu blog pra conferir os posts da sua volta ao mundo em livros e me deparei com esse relato. Em pouco mais de 20 minutos estava com passagens compradas, hotel reservado e um namorado boquiaberto com a minha impulsividade! Umas mulheres ansiosas compram bolsas, outras, viagens! E como acho muito mais interessante pedir dicas para quem mora no destino do q ler dicas apenas de turistas como eu, cá estou eu solicitando sua ajuda: Você tem alguma dica de um barzinho legal para irmos no sábado à noite?? Eu e meu namorado gostamos de cervejas diferentes, música ao vivo, um petisco pra acompanhar!! Nada demais… É q li sobre tantos lugares q fiquei em dúvida e uma ajudinha dos ‘locais’ é sempre aconselhável! Estaremos hospedados em Carlos Prates e vamos à BH no final de semana do dia 2 de Novembro. Estou considerando seriamente a possibilidade de ir ao Inhotim no domingo. Será q é muita ambição da minha parte querer fazer BH+Inhotim em 2 dias?? Não sou fã de maratona turística e tenho horror a lista de lugares para visitar como se estivesse num supermercado, mas vale aproveitar tudo q for possível!! Além da exposição do Escher, a visita ao Mineirão será inevitável, já q o namorado é fissurado por futebol. Pensei em passear pela Pampulha e se sobrar um tempinho ir até o Parque das Mangabeiras pois parece q lá tem uma visão bem legal da cidade, porém do outro lado da onde estaremos. Aí tudo isso no sábado para, se possível, ir ao Inhotim no domingo. To querendo demais??
Oi de novo Camila!! Fui fazer a lição de casa! Rs
Pensei almoçar no Mercado Central no sábado, após visitarmos o Palácio das Artes, e depois seguir para Pampulha. À noite, ainda estou decidindo entre dois lugares: Bar Adriano Imperador da Cerveja ou Cervejaria Seu Romão, os dois parecem ser bem legais!! E aí sair no domingo cedo e ir para o Inhotim. Como vamos visitá-lo em apenas um dia, acho q vale mais a pena alugar um carro do q ir de ônibus pois podemos chegar lá logo q abrir e sair assim q fechar!!
Ansiosa, quase nada!! :D
Beijos!!
Gabriela, só sobre os bares é que eu não vou poder opinar, pois a verdade é que saio muito pouco à noite. O Inhotim sempre rouba um dia dos turistas em BH e eu acho uma pena, pois a cidade tem muito a oferecer, mas também amo o Inhotim e entendo porque todos querem ir lá. ;-)
Pra ser bem sincera, acho a Pampulha superestimada nos guias turísticos. A região tem muito potencial, mas que não é devidamente explorado. O mais triste é que a lagoa é bem poluída… Pelo jeito você não poderá fugir de lá, por causa do Mineirão, então sugiro que você vá ao estádio e depois dê só uma passada rápida na igrejinha para fotografar.
Pelo que vi, as visitas ao estádio aos sábados só são realizadas entre 9h e 13h, então você terá que rever os planos da manhã. A Pampulha é meio longe, principalmente porque o trânsito não costuma ser muito bom (como será feriado, deve estar melhor). Sugiro que você comece o passeio por lá e então siga para a região central. Você pode almoçar no mercado, como está planejando, e depois ir ao Palácio das Artes. De lá eu sugiro que você vá para a Praça da Liberdade. Na minha opinião, é o lugar mais bonito da cidade. Talvez você não tenha tempo de visitar os museus, mas o Memorial Minas Vale é sensacional! No fim da tarde você pode ir para o Mangabeiras, pois a vista fica ainda mais bonita perto do pôr-do-sol. Tem o Mirante e também a Praça do Papa, que já oferece uma vista linda. Como é horário de verão, vai dar pra você aproveitar bem o dia.
Para fazer esse roteiro, acho que você poderia alugar o carro para o sábado também. E de preferência com GPS, pois dirigir em BH pode ser meio confuso. Se bem que você vem de SP, já deve estar acostumada. ;-)
Ufa! Será que montei uma maratona? Dá uma analisada e se tiver mais dúvidas pode perguntar!
Hmmm… Caso eu não alugue o carro, é fácil usar o transporte público?? Pq estou consultando a verba sabe, e como foi uma viagem adquirida totalmente na impulsividade e antes do dia 5, não sei se vai rolar alugar o carro pros dois dias. =/
Estou vendo até de ir ao Inhotim de ônibus mesmo…
Mas adorei as dicas de qualquer jeito!! Vou discuti-las com carinho com o namorido!!
Estou ansiosa, não vejo a hora de ir!! =D
Muito obrigada pela atenção Camila, seu blog é incrível!!
É possível sim usar transporte público. O mais complicado é mesmo a Pampulha, mas a partir da região central há vários ônibus para lá. Não sei bem como é o acesso para o bairro em que você estará hospedada, mas o Google Maps traça os trajetos dos ônibus aqui. Assim que você decidir o roteiro, pode montar os percursos. Entre o Mercado e o Palácio das Artes e até mesmo de lá para a Praça da Liberdade dá para ir a pé. E para o Inhotim o carro nem é tão importante, só tente pegar um dos primeiros ônibus para poder aproveitar bastante seu tempo lá.
Oi Camila!! Só passei aqui para agradecer suas dicas e dizer q amei BH!! A cidade é linda, povo muito caloroso e esse sotaque lindo de morrer, uma delícia pros ouvidos!! Apesar de ter sido uma passada super rápida, curtimos demais!! Inhotim nem dá pra descrever, só quem foi entende o q é aquilo!! Fiquei fascinada!! Realmente valeu muito a pena os 20 segundos de loucura!! Espero q eles se repitam mais vezes!! :]
Que bom que gostaram, Gabriela! Espero que você volte com mais tempo pra conhecer BH!
Puxa, que legal que a exposção está passando por várias capitais do Brasil!
Creio que justamente o que atrai o público que normalmente não está acostumado a “consumir arte” é justamente o fato de ser interativa, um universo lúdico e “moderno”, compatível com a nossa era (antes da era grática/computador, o interesse pelas obras dele eram menos populares). Melhor ainda poder ver tudo isso de perto de graça!!!
Milena, ainda não sei qual é o motivo para tamanho público, mas espero que esse tipo de exposição desperte o interesse dos brasileiros para eventos culturais. Aqui em BH temos museus ótimos, interativos, modernos e gratuitos, mas a população aproveita pouco, sabe? Aos poucos acho que isso vai mudar, até porque o estímulo também é muito recente. Vamos torcer!
O motivo da quantidade de pessoas é tão surrealista quanto a curiosidade que expomos. Escher, com sua magia, desperta a criança dentro de nós sem que percebamos. E isso é muito agradável e relaxante…
Uma pena que esta exposição não é permanente. Eu já contei pra todos meus amigos para que eles façam uma visita.
Karen, eu também já fiz muita propaganda!
É isso aí ,Camila, muito bem…
Oi Camila! Acredite! Passou pela minha cidade e nem vi, rsrs. To querendo ir pra BH em Outubro, e vou conhecer. Bj
Lucimara, então aproveite a última chance de ver a exposição no Brasil e venha mesmo a BH! :-)