O Palácio de Queluz é um típico passeio bate e volta a partir de Lisboa. Para os brasileiros a visita tem um significado especial: a história do palácio é bastante ligada à história do Brasil, pois foi nele que o nosso D. Pedro I, o Pedro IV de Portugal, nasceu e morreu. Queluz fica a menos de 15 km da região mais turística de Lisboa e chegar até lá é muito fácil. Os trens partem da Estação Rossio a cada 15 minutos e a viagem até a Estação Queluz-Belas não dura muito mais do que isso. No caminho para o palácio vimos o cotidiano da cidade. Pessoas iam e vinham do trabalho, faziam suas compras, praticavam exercícios. Era uma segunda-feira de março e a vida seguia alheia aos poucos turistas que ali se encontravam.
Ao final de uma curta caminhada, chegamos ao nosso destino. O Palácio Nacional de Queluz era a antiga residência de verão da família real. Algumas partes de seu complexo foram transformadas em pousada e restaurante, mas o que nos interessava mesmo estava no prédio principal. Por fora ele não entrega muita coisa, mas por dentro é um luxo só. Mesmo tendo sido bastante saqueado quando D. João fugiu com sua corte para o Brasil e Napoleão invadiu Portugal, o palácio ainda exibe boa parte de seu esplendor. E vários de seus ambientes fazem referências ao Brasil.
Para mim, a parte mais bonita do palácio é o Corredor das Mangas, uma sala toda revestida em painéis de azulejos do século XVIII que representam os diferentes continentes e estações do ano. Os azulejos, além de decorar, deixam o ambiente mais fresco. Faz sentido, afinal, o palácio foi projetado para ser utilizado no verão.
O Palácio de Queluz é cheio de lendas e histórias. Seus primeiros habitantes foram D. Pedro III e D. Maria I, que aproveitavam o verão para ali realizarem muitas festas. Dizem que foi nesse palácio que D. Maria, aqui conhecida como “A Louca”, de fato enlouqueceu.
Em 1821, a família real retornou para Portugal e instalou-se em Queluz. Apenas cinco anos depois, D. João VI faleceu, provocando uma disputa pela sucessão do trono entre seus dois filhos, D. Pedro IV (o nosso D. Pedro I) e D. Miguel. A guerra entre eles durou muitos anos e só terminou em 1834, com a vitória de D. Pedro. Só que seu reinado foi curto, pois ele faleceu de tuberculose pouco tempo depois, no Quarto D. Quixote.
Depois de percorrer todos os aposentos do palácio, é hora de seguir para seus jardins. A pintura nos fundos está mais desgastada do que na frente, mas para mim essa decadência confere certa originalidade à construção.
Os azulejos também adornam o exterior do Palácio de Queluz e atingem seu ápice no Canal de Azulejos. Imagino que ele ficava ainda mais bonito quando a água invadia o canal e os barcos transitavam pelo rio durante as festas que eram realizadas nos jardins.
O tempo frio e nublado e a escassez de turistas naquele dia ajudaram a compor o cenário melancólico. No verão com certeza o Palácio de Queluz tem outro ritmo, mas nós adoramos visitá-lo no inverno por termos a chance de percorrer suas salas e jardins praticamente sozinhos.
Para fechar nossa rápida passagem por Queluz, almoçamos no primeiro restaurante que ficava no caminho para a estação e que tinha opções vegetarianas: a Pizzaria Via Nostra. Foi uma boa escolha! O atendimento foi ótimo, assim como os preços. O local era frequentado por locais, o que para mim já é um bom indicador. Meu prato, um rondelli de espinafre, maçã e banana, me pareceu meio arriscado, mas confiei na dica da garçonete. E não é que era uma delícia? Para quem não curte a mistura de sal com doce, há várias outras opções gostosas no cardápio.
INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Horário de Funcionamento: Todos os dias, das 9h às 9h (entrada até as 18h).
Entrada: Podem ser adquiridos bilhetes individuais ou combinados para os palácios de Queluz e de Sintra. Nós compramos o bilhete que incluía as entradas para o Castelo dos Mouros e para os Palácios de Queluz, da Pena e de Sintra por 27 €, em março de 2013. Consulte informações atualizadas aqui.
Fotografia: Permitida.
Serviços: Guarda-volumes, loja e casa de chá (de abril a outubro).
Tempo de Visita: No mínimo uma hora e meia.
Transporte: Consulte os horários e preços dos trens no site dos Comboios de Portugal.
Dica! Caso você planeje dormir em Sintra, é possível seguir viagem a partir de Queluz, que fica no meio do caminho. Foi o que fizemos (veja aqui), uma ótima maneira de otimizar nosso tempo. E viajar com pouca bagagem é um diferencial nessas horas.
Para ler tudo o que já foi publicado sobre Portugal no Viaggiando, clique aqui.
Muito interessante <3
Adorei o post, Camila! E bateu uma saudade de Portugal…
Bjs
Lu, tô demorando tanto a postar sobre Portugal que já deu tempo de sentir saudade também!
Camila, você não está demorando mais do que eu a postar a viagem do Equador: estive lá em julho de 2012! Uma vergonha…
Um palácio magnifico um dos mais bonitos da região de Lisboa. Infelizmente com muito poucos visitantes, mesmo no verão os seus lindos salões encontram.se praticamente vazios de visitantes. Adorei as fotos
Achei que tinha sido sorte minha, mas então o palácio não costuma lotar mesmo no verão? Bom para os turistas que têm o privilégio de fazer um passeio quase exclusivo! ;-)
Pelo menos a última vez que visitei em pleno Domingo mês de Julho e com visita gratis, só estavam la nos 4. É uma pena este palácio lindo não ser um dos pontos mais altos para quem visita os arredores de Lisboa
AMEI o Palácio de Queluz! Lindo demais!
Também gostei muito de Queluz, Fernanda!
Fotos muito bonitas ilustrando este post Camila. Parabéns. Quando puder, passa no meu. Beijo, Bruno
http://www.desportoviajar.wordpress.com
Obrigada, Bruno! O cenário é que ajudou! :-)