Há uma atração de Lisboa que pode até passar despercebida em meio às suas colegas mais famosas. Quase todo turista em Portugal, de primeira viagem ou não, faz questão de comer o famoso Pastel de Belém, de subir a Torre e de visitar o Mosteiro dos Jerónimos, mas poucos dão a devida atenção ao Museu Nacional dos Coches. E ele fica a poucos passos da Antiga Confeitaria de Belém, em frente a uma praça perfeita para a degustação de suas famosas iguarias quando já não há mesas disponíveis. Está dado o caminho: depois de seempanturrar de doces, é só seguir para o Museu dos Coches!
Belém foi um dos lugares mais lotados que visitamos na nossa viagem a Portugal. Exceto pelas excursões escolares que encontramos em alguns museus, pela primeira vez tivemos que dividir espaço com a multidão, mesmo não sendo alta temporada. Foi assim na Torre, na confeitaria, no Mosteiro e nas ruas, mas bastou entrar no Museu dos Coches para deixarmos tudo isso para trás. Poucos se aventuraram até lá, o que deixou nossa visita ainda mais agradável.
O museu, inicialmente chamado Museu dos Coches Reais, foi criado ainda no tempo da monarquia pela Rainha D. Amélia de Orleãns e Bragança, em 1905. Parte dos carros, ou melhor, dos coches da realeza já estava guardada no Picadeiro Real de Belém, uma antiga escola de equitação, e foi lá que o museu foi montado. A rainha tinha consciência do tesouro que guardava e decidiu compartilhá-lo com o público.
O museu foi inicialmente formado por 29 carruagens da Casa Real Portuguesa. Com o fim da monarquia, em 1910, ele teve seu nome alterado para Museu Nacional dos Coches e recebeu mais exemplares da antiga Coroa e de famílias nobres portuguesas. O acervo é variado e engloba veículos produzidos para diversas finalidades entre os séculos XVII e XIX.
Ao lado de cada carruagem há uma placa com informações como ano de fabricação, tipo de veículo e em que ocasião foi utilizado. Eu estou chamando tudo aqui de carruagem, mas não é bem assim. Na verdade há carruagens, coches, berlindas, liteiras, carrinhos, cada um com sua finalidade.
Dá para passar horas aprendendo as diferenças entre cada tipo de veículo e namorando os detalhes estruturais e artísticos de cada um. Veludo de seda, madeiras nobres, fios de ouro… Alguns exemplares são verdadeiras obras de artes e cumpriam bem seu papel de ostentar ao mundo a riqueza do império português. Os coches mais refinados são os que fazem parte do cortejo que foi utilizado pelo embaixador de Portugal, D. Rodrigo Anes de Sá Menezes, em uma visita ao Papa Clemente, em 1716, durante o reinado de D. João V.
Quando a gente pensa que acabou, descobre um galpão com mais um monte de veículos, até meio amontoados e sem o merecido destaque. É fácil perceber que o prédio não comporta todo seu acervo. Um novo prédio para o Museu dos Coches está sendo construído e o autor do projeto é o arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha. A inauguração está prevista para 2015.
INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Endereço: Praça Afonso de Albuquerque, Belém, Lisboa
Horário de Funcionamento: De terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h30).
Entrada: 5 € para adultos. Gratuita aos domingos e feriados até as 14h e para os portadores do Lisboa Card.
Fotografia: Permitida.
Tempo de Visita: Cerca de uma hora.
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Eu visitei esse museu quando estive em Portugal em 2001, mas tirei poucas fotos e meu post está pobre rs. No nosso último dia em Lisboa fomos de novo pra Belém só pra visitar esse museu que não tinha dado tempo no 1o dia, depois conhecemos mais coisas na região do Chiado e por último o Museu dos Azulejos, que fica fora de mão, mas vale a pena! http://taindopraonde.blogspot.com.br/2013/10/lisboa-e-bate-voltas.html
Eu adorei o Museu dos Azulejos! Acho que ele vale o “desvio”. ;-)
É sempre com orgulho que vejo alguém falar sobre as maravilhas do meu país. Confesso que tou em dívida com o Brasil e tenho de falar sobre esse lindo país no meu blog. enfim o museu dos coches é uma pérola em Belém, quando abrir o novo museu espero que a colecção inteira fique exposta e revele outros carros até então fora da vista dos visitantes, fica a dúvida com o que fazer com o actual edificio que é lindo. Ainda ontem passei pela porta mas não entrei, agora este seu artigo deu-me vontade de revisitar.
Também fiquei pensando no atual prédio e espero que criem algo bem legal lá, pois ele é mesmo lindo!