Não tem jeito, quando se fala de literatura nórdica só aparecem romances policiais! É quase impossível escapar do gênero. Eu até tento, mas acabo tendo que escolher entre livros que contam dramas pessoais e os policiais que poderão me mostrar um pouco mais do país. Aí é que fica mais estranho, porque a gente não associa criminalidade a países como Suécia e Noruega, né? Pelo contrário! Ao lado de Finlândia, Islândia e Dinamarca, eles figuram no ranking dos mais seguros do mundo. Mas o que fazer se na hora de escrever livros eles só pensam em brigas, assassinatos e conspirações? O jeito é entrar na dança!
Quando pedi dicas de romances noruegueses, um nome surgiu de todos os lados: Jo Nesbo. Um de seus livros, The Redbreast, foi considerado o melhor romance policial norueguês de todos os tempos pelo Clube do Livro da Noruega. Com tantas recomendações, ele acabou sendo uma escolha natural. Eu preferi ler a versão em inglês porque era a disponível para kindle, mas o livro foi publicado em português sob o título Garganta Vermelha.
The Redbreast é um daqueles romances policiais que conseguem segurar o suspense quase até o final. E olha que são mais de 500 páginas! No início temos várias pedaços de história soltos, uma parte acontecendo no presente e outra durante a Segunda Guerra Mundial. A entrada de uma arma rara na Noruega e alguns crimes que a princípio parecem desconexos são o ponto de partida para o inspetor Harry Hole começar suas investigações. Tráfico de armas, o surgimento de grupos neonazistas na região e o envolvimento da Noruega na Segunda Guerra Mundial são o pano de fundo dos acontecimentos.
Essa questão da Segunda Guerra Mundial é um pouco polêmica, pois o livro fala da participação da Noruega no conflito através de soldados que lutaram ao lado da Alemanha e que depois foram considerados traidores em seu país de origem. Muitas pessoas foram presas e condenadas por isso. O livro acaba falando, bem superficialmente, sobre a história da Noruega ao longo do século passado, quando passou de uma das nações mais pobres as Europa a uma das mais ricas e desenvolvidas. E é claro que fala também do clima, que com certeza tem muita influência na vida dos noruegueses. A chegada do verão é um acontecimento. As mudanças são palpáveis – os cheiros, as cores, o humor das pessoas, o ritmo nas ruas, tudo muda!
Apesar de ser o terceiro volume de uma sequência de livros que tem o inspetor Harry Hole como protagonista, foi possível ler The Redbreast sem grandes problemas. Há algumas referências ao livro anterior, mas elas não interferem muito no enredo atual. Acho que pode ser legal acompanhar a história desde o início para ter mais afinidade com os personagens. Eu gostei do livro, mas não me envolvi, sabe? Talvez seja por não ter acompanhado a construção do personagem principal desde o início. Mas se você é do tipo que gosta de uma romance policial, pode embarcar nas aventuras de Harry Hole sem medo!
The Redbreast foi publicado originalmente em norueguês, em 2000. Em português ele foi publicado sob o título Garganta Vermelha pela Editora Record.
Mais alguns livros de autores noruegueses:
- O Meio-Irmão, Lars Saabye Christensen
- My Struggle, Karl Ove Knausgård
- Through the Night, Stig Sæterbakken
- A Deusa Cega, Anne Holt
Saiba mais sobre o Projeto 198 Livros.
Gente, me lembrei de um escritor norueguês que eu gosto muito, Jostein Gaarder! Eu li o “Mundo de Sofia”(bom, mas acho que se perdeu no final), “O castelo dos Pirineus”(achei fraquinho), “Mistério de Natal”(amei) e finalmente o que eu e todo mundo aqui em casa ama é “A garota das laranjas” acho que quem não leu vale a pena, é curtinho, se passa na Noruega, e muito lindo!
Eu adoro Jostein Gaarder! “O Mundo de Sofia” eu li a primeira vez quando tinha 14 anos. Um dos últimos que li foi “O Castelo nos Pirineus”, mas sabe que foi um dos meus preferidos? Sei lá, as questões que ele aborda me interessaram.
Ele é muito bom não é Camila? O meu preferido, até agora foi “A Garota das Laranjas”!
Eu só conheço o Mundo de Sofia. Acabei de achar A Garota das Laranjas em PDF :)
Camila, eu li a metade do Meio-Irmão. Gostei de uma boa parte, o início vai muito bem, mas chega uma hora que começa a se arrastar demais, e eu não tive ânimo para seguir em frente. Estava muito curiosa com o autor, mas não foi dessa vez! :( Em outro momento quero tentar uma outra obra dele!
Desistiu, Lucimara? Mas vai tentar outro para a Noruega ou vai deixar para depois?
Ainda não sei Camila quando vou ler outro. Pensei nesse escolhido, mas depois de ver sua resenha não me animei rsrs
Camila, eu gostei do livro :-) Ele pode não ter sido O livro perfeito para o projeto, mas o enredo foi bem desenvolvido e fiquei com vontade de ler mais!
Lu, é aquilo que a gente já sabe, né? Perfeitos para o projeto são os livros africanos, os das ilhas do Pacífico… Os dos países desenvolvidos acabam sendo mais diversão. ;-)