Em meio à confusão que impera nas ruas próximas ao Old Quarter de Hanói, o Templo da Literatura é um verdadeiro oásis. Ao atravessar seus portões, a gente sente que entrou em outro mundo. De repente o barulho, a confusão e o trânsito caótico da cidade ficam para trás, não há ninguém te oferecendo tuk-tuk ou querendo te vender passeios. O alívio é imediato. Mesmo com a enorme quantidade de turistas lá dentro, o local consegue ser agradável e silencioso. Há espaço para todos e é possível encontrar cantinhos sossegados para relaxar. Por tudo isso e pela beleza que encontrei por lá, esse foi um dos meus lugares preferidos em Hanói.
O Templo da Literatura é um dos vários templos vietnamitas que homenageiam o filósofo chinês Confúcio. Ele foi construído em 1070 e pouco tempo depois passou a abrigar a primeira universidade do Vietnã, que funcionou de 1076 a 1779. Um baita tempo!
Os resquícios mais legais do período em que a universidade existiu são as estelas de pedra com os nomes e informações sobre os alunos que se destacaram a partir de 1442. Hoje restam 82 placas espalhadas pelos pátios do Templo da Literatura. Elas ficam sobre bases em formato de cabeça de tartaruga, animal que é símbolo de longevidade e da independência do Vietnã. Dizem que ainda hoje os estudantes vietnamitas vão até lá passar a mão na cabeça das tartarugas em busca de sorte na época de provas.
Além das estelas, hoje é difícil identificar esse passado acadêmico no Templo da Literatura. O mais próximo que vimos de um ambiente escolar foram os grupos de formandos tirando fotos, com direito àquela profusão de poses que só os adolescentes conseguem inventar nessas horas. Ah, a juventude… =)
Apesar de hoje ser uma grande atração turística, a vocação religiosa mantém sua importância no Templo da Literatura de Hanói. Os templos budistas no Vietnã são bem diferentes dos que vimos no Laos e no Camboja, mas é porque em cada país a religião tem suas características próprias. No Vietnã parece haver muita influência chinesa e também sincretismo religioso, coisa que existe em quase todo lugar do mundo, né? O fato de o grande homenageado ser Confúcio comprova esse intercâmbio cultural. É comum ver inscrições nos templos vietnamitas em caracteres chineses, pois esse era o alfabeto utilizado no Vietnã até o século XVII.
O mais interessante eram as oferendas que as pessoas deixavam nos templos. Elas eram, digamos, bem mundanas. Comidas, cigarro, bebidas e dinheiro parecem ser os itens preferidos dos deuses naquela região. Ah! E pacotes de bolachas!
Um dos grandes destaques do Templo da Literatura é uma enorme tartaruga dourada, animal que a gente viu representado muitas vezes em Hanói. Vou deixar para contar a história da tartaruga vietnamita no próximo post, quando eu falar do Lago Hoan Kiem. Aguenta aí!
Mas o que me encantou mesmo no Templo da Literatura foram os lagos e jardins. Tudo cheio de detalhes, cada cantinho pensado para agradar os olhos dos visitantes. É por isso que lá dentro a gente é capaz de esquecer a confusão das ruas de Hanói!
E o legal é que não é um lugar só para turistas estrangeiros. Pelo contrário! A maioria das pessoas que estavam lá eram vietnamitas. O engraçado é que o Templo da Literatura foi o lugar da minha viagem ao Sudeste Asiático em que eu mais me senti “atração”. Nós não éramos os únicos turistas, mas ainda assim os olhares curiosos se voltavam para nós o tempo todo. Mas eram olhares de pura curiosidade, bem diferentes dos que percebi em Kuala Lumpur. Ainda estou tentando entender se naquele dia eu vesti uma roupa muita engraçada ou algo assim. ;-)
Nós fomos para o Templo da Literatura a pé, a partir do nosso hotel, que ficava no Old Quarter. É uma caminhada tranquila pra quem está acostumado a bater perna nas viagens. Em dezembro de 2013 a entrada custava 20.000 dong por pessoa. Lá dentro há algumas lojas de souvenir com preços interessantes. Vale a pena comprar uma lembrancinha lá, pois depois vi os mesmos produtos sendo vendidos mais caros. Nosso passeio durou uma hora e meia, mas o seu pode durar mais ou menos, dependendo da sua curiosidade. De qualquer forma, recomendo ir com tempo para poder apreciar o lugar com calma, pois é muito legal!
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Gente que coincidencia…. saindo do templo,andando por aquele jardim na lateral, um vietnamita ficou me.olhando mto (estava 5 graus entao eu estava super vestida e o pedro estava comigo!) e em seguida outro veio andando na minha direcao e pegou em mim!!!! hahahahaha acho que somos bem “diferentes” por sermos bem brancas mas c cabelos escuros (eles estao acostumados c os turistas loiros hahahah)…..
sobre as oferendas: um canadense que estava la p o casamento de um canadense c uma vietnamita me explicou que eh mais ou menos assim (se n me falha a memoria…ja tem uns meses): no dia do aniver de morte da pessoa os familiares e amigos levam essas oferendas p o morto… eles escolhem coisas gostosas, coisas que a pessoa gostava… como se ele voltasse a terra p aproveitar essas coisas…. n sei como eles escolhem em qual templo e p qual buddha oferecer… mas reparei que em alguns lugares era basicamente frutas… outros cervejas e redbull… muitos dakeles lemon pies e outros biscoitos japoneses….. enfim…. se eh verdade nao conseguu descobrir! rsrs
ah e por ultimo fica uma dica de um dos melhores restaurantes que comi no vietnam…. n sei o nome pq eh super estranhO,mas acho q tem a marcacao no meu face… mas se vc sai do templo saia a direta e ao final da quadra atravesse a rua (eh uma rua em q passa mto onibus)…. siga a direita “acompanhando” o quarteirao do templo como se fosse ao fundo do templo (linha imaginaria)…. mais ou menos no meio desse mesmo quarteirao tem um restaurante Mongol maravilhoso!!!!! vale a pena pegar o “rodizio” e se prepare p comer por umas 2 horas…. eh o famoso hot pot deles…vc vai cozinhando os ingredientes aos poucos e no final cozinha um macarrao no caldo…. morri de comer!!! so eh carinho p a localidade (talvez uns 15 dolares por pessoa) ..mas o restaurante tb foge dos padroes locais… super arrumado, comida otima….
Acho que tem essa questão dos cabelos escuros mesmo, porque turista loiro era o que mais tinha lá!
Faz sentido essa história das oferendas, porque não é possível que os deuses gostem daquelas coisas! rsrs Mas o livro que li do Vietnã falava mesmo das comidas que faziam para oferecer aos ancestrais e tal. Acho que em toda casa tinha um altar em que as pessoas deixavam as oferendas para os parentes que já morreram.
Ai, me deu saudade da comida vietnamita!
Um oásis realmente ! Já tá no topo da minha lista em Hanói. :)
Muito obrigada !
Vou tentar publicar o outro post sobre Hanói essa semana pra te inspirar! :-)
Esperando ansiosamente!