Em nosso segundo dia em Istambul São Pedro foi bem mais generoso. Para nossa surpresa, não havia nada das nuvens pesadas que tinham pairado sobre nossas cabeças no dia anterior. Friozinho gostoso para bater perna, calor sob o sol e céu azul: o clima que eu chamo de perfeito, principalmente durante as viagens. Pena que demoramos a descobrir o tempo lindo que nos aguardava, pois começamos o dia preguiçosamente. Não acordamos muito cedo e saímos do hotel já por volta de meio-dia. Nossa primeira parada, após uma pequena caminhada, era a Mesquita Süleymaniye. Por fora a gente já percebeu que ela era especial. Enorme, imponente e cheia de detalhes delicados.
Por dentro a Mesquita Süleymaniye não é tão grandiosa ou rica em detalhes como a Mesquita Azul, mas também é belíssima. Não sei se era porque o dia estava mais ensolarado ou se por causa das paredes brancas, mas ela parecia receber mais iluminação natural e tinha um ambiente bem mais claro que as outras mesquitas que visitamos.
O complexo da mesquita é que deve ser bem maior. A área é murada, mas nem por isso ela parece confinada. Ao redor da mesquita há um enorme jardim que naquela época ainda ostentava lindas cores de outono. Minha vontade era estender um grande lenço na grama e ficar por ali.
Pertinho da Mesquita Süleymaniye nos deparamos com uma espécie de mirante onde havia esta série de cúpulas recentemente restauradas que não conseguimos descobrir o que eram. Uma parte ainda estava em obras. Só sei que a vista que tínhamos do Estreito de Bósforo a partir dali era sensacional!
De lá seguimos rumo à Ponte de Gálata. No caminho, para todos os lados que olhávamos víamos uma, ou melhor, várias mesquitas. Até tentamos entrar na Mesquita de Rüstem Paşa, esta da primeira foto aqui embaixo, mas rodamos, rodamos e quem disse que encontramos a entrada? Ao seu lado havia um mercado de rua bem popular que naquele domingo estava super lotado, então acabamos nos perdendo naquele emaranhado de gente.
Naquela manhã tinha acontecido a Maratona de Istambul e a Ponte de Gálata estava fechada para o trânsito de carros, mas os pedestres faziam a festa. A ponte e arredores estavam lotados. Fiquei impressionada com a quantidade de gente na rua aproveitando o domingo. Ficamos com preguiça de ir até a Torre de Gálata, então só atravessamos a ponte e voltamos.
Já que estávamos por ali, resolvemos conhecer o lado asiático de Istambul. Apesar de estarmos prestes a embarcar para o Sudeste Asiático, não dava para ignorar o apelo de uma cidade dividida em dois continentes. Pegamos um barco de linha no porto de Eminönü, próximo à Ponte de Gálata, para Üsküdar, um distrito de Istambul. Pagamos 3 liras turcas cada um pelo trecho. Éramos os únicos turistas no barco, mas não ficamos constrangidos e sacamos a câmera da mochila para aproveitar o melhor do passeio: a vista. E que vista!
Desembarcamos em Üsküdar sem nenhuma referência, sem nem saber pra que lado ir. O bom é que ali também as ruas estavam lotadas, então fomos seguindo o fluxo. Pensamos em almoçar por lá, mas não encontrei nenhuma refeição vegetariana. No mercado o produto principal era o peixe e por todo lado vendiam uma espécie de sanduíche de peixe. A região não era nada turística, então não havia cardápios em inglês para eu descobrir facilmente se havia alguma opção vegetariana. Cheguei a tentar perguntar em alguns lugares do jeito que dava, pois quase ninguém falava inglês, mas não encontrei nada mesmo. O jeito foi enganar a fome com umas baclavas.
No barco de volta para o lado europeu a paisagem estava ainda mais bonita, pois o sol já começava a baixar. À medida em que íamos nos aproximando de Eminönü, as cores iam ficando cada vez mais quentes. A silhueta de Istambul com o sol se escondendo atrás dela foi uma das imagens mais bonitas que guardei de lá.
De volta à terra firme, ainda demos uma passadinha no Bazar das Especiarias. Que lugar interessante! Gostei mais de lá que do Grande Bazar. Ele fica em frente à Mesquita Nova, que nós já tínhamos visitado na noite anterior.
Para encerrar o dia, faltava uma refeição de verdade. Me rendi a um restaurante turistão chamado Red River que ficava perto do nosso hotel só porque ele foi o único que eu vi que indicava no cardápio quais eram as opções vegetarianas. O Eduardo comeu kafta e eu uns bolinhos de batata com arroz e creme de curry. O restaurante estava lotado e só de turistas! O melhor é que tinha wi-fi e funcionava super bem. ;-)
Nessa mesma noite pegamos o voo para Kuala Lumpur. Saímos de Istambul apaixonados pela cidade. Ainda bem que em poucas semanas, na volta da viagem, teríamos um dia para matar a saudade!
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