Já decidi que quando eu terminar de ler os 198 livros da minha volta ao mundo literária vou voltar fazendo uma repescagem. Alguns países não foram bem representados – uns porque não gostei dos livros, outros porque senti que não descobri nada sobre a história ou a cultura do país. Holanda, França e Saara Ocidental já faziam parte dessa lista e agora a Polônia também passou a integrar o time. O culpado foi o livro Senhorita Ninguém, do escritor Tomek Tryzna. Espera aí que eu já explico o porquê!
Senhoria Ninguém conta a história de Marysia, uma adolescente que cresceu em uma pequena vila no interior da Polônia durante o regime comunista e que agora vai com os pais e os irmãos viver na cidade grande. Até então sua rotina era ajudar a mãe na lavoura e cuidar dos irmãos mais novos, mas ao chegar na cidade ela descobre uma vida totalmente diferente. Na escola ela conhece Kasia, uma menina rica e excêntrica que é vista pelos colegas como esquisita. Com suas roupas fora de moda e ares do interior, Marysia também é vista assim quando chega na escola nova e logo as duas ficam amigas.
A convivência com Kasia transforma Marysia e ela de repente não quer mais saber de tradições familiares e religião, coisas que até então eram comuns em sua vida. É claro que isso iria acontecer, afinal, estamos falando de uma adolescente que se deparou com um mundo que até então desconhecia. Depois que sua amizade com Kasia sofre alguns percalços, Marysia se aproxima da garota mais popular da escola, Ewa. E aí ela é apresentada a um novo cenário cheio de prazeres proibidos.
Bom, pra mim o livro foi só isso, o relato da vida de uma adolescente pobre que sai de uma pequena vila e se deslumbra com a vida das garotas ricas na cidade grande. Aí aparecem sexo, mentiras, fantasias, brigas, loucuras… Acho que já estou meio velha para essas histórias. Terminei a leitura com a sensação de que tinha deixado passar alguma coisa, pensando que talvez eu não tenha percebido detalhes que dariam um sentido maior à história.
Se você já leu Senhorita Ninguém, me conta aqui nos comentários o que você achou. Será que eu é que fui insensível? Só sei que já decidi que darei outra chance à Polônia! Preciso só ler mais uns cento e pouco livros antes disso. ;-)
Senhorita Ninguém foi publicado originalmente em 1993, em polonês, e no Brasil em 1999, pela Editora Record. A tradução é de Henryk Siewierski.
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Oi Camila, só estou lendo seu post agora (tava viajando rs) e sabe o que é engraçado? Acabei de ler o meu primeiro livro, que é justamente da Polônia. Escolhi Os Vagantes, da Olga Tokarczuk e olha, achei bem interessante. Depois passa lá no blog pra conferir!!! Abs,
http://www.entrepapeisecartas.com.br/2015/08/reading-the-world-polonia
Oi, Edna! Eu cheguei a cogitar Olga Tokarczuk quando estava escolhendo o livro da Polônia. Talvez eu a leia na minha repescagem!
Eu não li o livro ainda, mas quando o comprei, bem antes do sorteio da Polônia, pensei que ele poderia servir para o projeto, de acordo com o que li na própria contracapa…
Pode ser que a abordagem do tema nem tenha sido a melhor possível, mas esse choque entre a tradição e a modernidade, a garota pobre se deslumbrando com a riqueza da cidade grande, não me parecem muito fora do projeto, não… Não seria a própria Polônia uma espécie de garota pobre seduzida pela riqueza da União Europeia?!? Só provocando, rsrsrs…
Pois é, Carla, as opiniões que encontrei sobre o livro eram mais favoráveis que a minha. Eu é que não consegui enxergar nada disso! Tenho certeza de que seu olhar mais aguçado vai detectar muitos mais detalhes que eu. Todas vocês precisam ler pra vir aqui me dar uma aula depois! rsrs
Carla, acho que o poder do dinheiro, principalmente dos “dólares” é abordado, no livro, e exatamente nesse aspecto que você mencionou, a pobreza da Polônia x o deslumbramento do mundo capitalista. Mas o livro aborda outros temas bastante interessantes, como o sentido da vida! Olha só o que ele fala sobre a bondade: “a bondade é uma pedra enorme e muito pesada que é preciso carregar pela vida inteira. E é preciso ter muita sabedoria para saber carregá-la. Porque é tão pesada que até os melhores não dão conta. E preciso saber onde colocá-la para descansar e depois continuar carregando.” Muito bom!
Nossa Camila, discordo totalmente, estou a apenas algumas páginas do final, e na maior expectativa para o desfecho! Estou achando o livro maravilhoso! Uma abordagem sobre a existência humana, o sofrimento que traz o amadurecimento, as dificuldades de se viver na sociedade polonesa, no contexto histórico e social do final do século XX. Achei perfeito para o projeto!
Não falei que pode ter me faltado sensibilidade? hehe Não consegui sentir nada disso!
Camila, se serve de consolo, tô no seu grupo. O livro não me ganhou :-(
Ufa, Lu! rsrs
Ih Camila, acho que nem vou ler esse livro então!
Mas olha aí o comentário da Ana Luiza, Lucimara! Pra ter certeza só lendo. ;-)
Ai ai ai, o que eu faço agora? hehe, Li alguns livros que a Ana leu no projeto e nós concordamos também. Um deles foi o da Holanda.