Eu não sou muito chegada a turismo de aventura, mas uma trilha ou outra durante as viagens eu encaro de boa vontade. Acho que alguns destinos a gente conhece melhor assim, com o tênis no pé e um pouco de disposição e achei que esse seria o caso de Lavras Novas. A região é famosa pela prática de trekking e eu estava bem animada a encarar um dos roteiros mais fáceis, mas fiquei impressionada quando vi a notícia de um assassinato que tinha acontecido no caminho para o distrito de Chapada (falei sobre isso no post em que conto o que me impede de viajar mais pelo Brasil) e não tive coragem de nos colocar sozinhos no meio do mato, só o Eduardo e eu.
A vontade de fazer alguma trilha em Lavras Novas e o meu medo foram alguns dos motivos que me fizeram escolher a Pousada Palavras Novas, pois um de seus diferenciais era a oferta de uma caminhada ecológica com guia nos finais de semana. Eu não sabia que tipo de caminhada seria, mas pelo menos teria um gostinho do que poderia encontrar por ali.
Saímos da pousada às dez da manhã. A trilha começava logo ao lado, onde havia um marco da Estrada Real. O início da caminhada foi pelo mesmo caminho que leva ao distrito de Chapada e essa parte era bem demarcada, fácil de seguir.
Um pouco depois deixamos a Estrada Real para trás e seguimos por outra trilha. O dia estava bem nublado, o que não ajudava a deixar a paisagem mais bonita, mas pelo menos tornava a caminhada mais tranquila, até porque não havia sombra no caminho.
Éramos ao todo umas dez pessoas. Acho que o nome “caminhada ecológica” acabou nos enganando um pouco, pois parecia ser um simples passeio e não era bem assim. A região é bem montanhosa, mas na maior parte do tempo nós seguimos por áreas mais planas. No geral era uma trilha bem tranquila mesmo, mas em alguns momentos exigia um pouco mais de preparo e algumas pessoas acharam o circuito meio pesado.
Difíceis mesmo foram só alguns trechos, como uma vez em que descemos para ver uma nascente de água e o terreno era bem íngreme, com pedras soltas e alguns córregos para pular no caminho, mas o guia nos avisou com antecedência da dificuldade e nem todos desceram. As pessoas mais velhas ou que não se achavam em condições de encarar esse pedaço ficaram na parte de cima nos esperando.
Nosso destino principal era uma cachoeira (que eu acho que é a Cachoeira do Pocinho, mas não tenho certeza). Eu não fui preparada para entrar na água e ainda por cima não tinha sol e a água estava muito fria, mas havia um pessoal mais corajoso por lá. Se você não resiste ao banho de cachoeira, não esqueça a roupa de banho!
A volta foi por um caminho diferente e menos interessante e logo estávamos de volta à pousada. A caminhada durou cerca de três horas. Adorei a experiência!
No dia seguinte teve caminhada com guia de novo, mas eu dei a bobeira de subestimar o sol por causa do tempo nublado e voltei toda queimada. Até parece que não sei que não basta passar protetor solar só no rosto. Humpf!
Na próxima visita a Lavras Novas vou me programar melhor para encarar outros trekkings. Os que vão a Chapada e Santo Antônio do Salto já estão na lista!
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