Não foi agora que eu conheci o prédio que abriga o Museu de Sant’Ana. Quando o Eduardo e eu estivemos em Tiradentes pela primeira vez, há mais de dez anos, visitamos a antiga Cadeia Pública. Isso foi antes de eu ter criado o Viaggiando, época em que a gente ainda tinha um espaço bem limitado nas câmeras digitais e escolhia bem as fotos que tirava. Quer dizer, escolhia bem é nada, pois a única foto que tenho de lá é uma típica foto jacu da qual prefiro poupá-los.
Estivemos em Tiradentes diversas outras vezes desde então, mas o prédio da Cadeia Pública estava sempre fechado. Só o víamos for fora, pois ele fica na principal rua de Tiradentes, a Rua da Direita, em frente à Igreja do Rosário.
Depois eu entendi porque ele esteve fechado. Ele esteva sendo preparado para receber o Museu de Sant’Ana. O museu foi inaugurado em setembro de 2014 e desde então eu planejava conhecê-lo. A chance veio nas nossas últimas férias, em maio. Passamos rapidamente por Tiradentes em uma viagem rápida pela Estrada Real, mas fiz questão de conhecê-lo na única manhã que passamos na cidade. Logo na entrada eu me impressionei. Ficou lindo!
De acordo com informações que constam no site do Museu de Sant’Ana, “o prédio da Cadeia é construído por volta de 1730, sendo que em 1829 é atingido por um incêndio, tendo sido restaurado em 1835, conservando estrutura, portais e grades originais.” Lá dentro é possível visualizar algumas partes da construção original que foram mantidas. Adoro essa tendência moderna de reformar sem apagar totalmente os vestígios do passado.
Como seu nome já entrega, o Museu de Sant’Ana é dedicado a Sant’Ana, ou Santa Ana, a mãe de Maria, avó de Jesus. O acervo veio de uma coleção privada que a colecionadora de arte Ângela Gutierrez reuniu ao longo de quatro décadas. É um acervo bem peculiar que impressiona por sua grandiosidade. São 291 imagens de Santa Ana, peças de diferentes idades e origens.
Não vou mentir, eu sou bem leiga em assuntos bíblicos. Só dentro do Museu de Sant’Ana eu liguei o nome à pessoa, tamanha a minha ignorância, mas isso não me impediu de admirá-lo. Não dá para negar que a religiosidade é um componente importante na história e na cultura brasileiras e é sob esse ângulo que eu enxergo os museus que tratam do tema.
Santa Ana é a padroeira das avós, dos mineradores e dos moedeiros, protetora dos lares e da família. Não se sabe quem foram os artistas da maioria das peças do museu. São obras anônimas produzidas entre os séculos XVII e XIX e que refletem a religiosidade do povo brasileiro. As minhas preferidas são as que mostram Santa Ana com Maria no colo e um livro na mão, simbolizando a mãe transmitindo os ensinamentos sagrados à filha. Mas vocês sabem que eu gostei mesmo foi da presença do livro, né?
Assim como eu, você não precisa ser devota de Santa Ana para aproveitar o Museu de Sant’Ana. A exposição é linda e tem recursos interativos, o que torna a visita mais interessante. Tiradentes é uma cidade para ser aproveitada ao ar livre, mas eu acho que o Museu de Sant’Ana já se tornou um atração imperdível.
Museu de Sant’Ana – Informações Práticas
Site oficial: www.museudesantana.org.br
Endereço: Rua Direita, 93 (Entrada pela Rua da Cadeia) Tiradentes – MG
Telefone: (32) 3355-2798
Horário de Funcionamento: De quarta a segunda, das 10h às 19h (fecha às terças)
Entrada: R$5,00
Fotografia: Permitida, desde que sem flash
Tempo de Visita: Pelo menos meia hora
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