Quando parei para lembrar quais tinham sido minhas melhores leituras de 2022, fui olhando a planilha completa e selecionando os potenciais candidatos em ordem cronológica. Quando copiei todos os nomes, contei quantos eu tinha escolhido para ver se precisaria enxugar a lista e logo mudei de ideia. Ela estava com 13 livros e se teve um número de sorte em 2022 esse número foi 13, então assim ela ficou!
Em 2022 eu li um total de 58 livros. 23 deles eram os que faltavam para o 198 Livros, projeto que eu inclusive finalizei no último dia do ano! Mas calma, sobre esse assunto eu trago um post bem mais completo em breve!
Outros projetos alheios me renderam ótimas leituras conjuntas, especialmente o Clube de Literatura Brasileira Contemporânea (CLBC), do Humberto, e o Literature-se, da Mell Ferraz. Alguns livros que li graças à seleção deles aparecerão na lista.
Dessa vez as escritoras foram responsáveis por 66% das minhas leituras. É interessante observar que há uns anos elas são maioria nas minhas estatísticas e para a chave virar bastou um dia eu perceber que antes ocorria o inverso. Desde então ler mais mulheres tornou-se algo natural. Obrigada por isso, Leia Mulheres!
Como eu estava focada em terminar o Projeto 198 Livros, acabei lendo poucos livros brasileiros. Foram apenas 11. Ainda bem que havia o CLBC para não em deixar esquecer os nacionais contemporâneos. Li autores de outros 35 e os que mais se repetiram foram EUA e França, com 5 livros cada.
No caso do França, o número foi inflado por uma única autora: Annie Ernaux, a última ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura. Só dela eu li 3 livros ano passado: O acontecimento, A Vergonha e O Jovem. Eu já tinha lido O Lugar em 2021. E antes que sintam falta dela na lista abaixo, já aviso que gostei de todos, mas eles não estão dentre meus preferidos.
Sem mais delongas, vamos ao que deixa todo mundo curioso. Com vocês, em ordem cronológica, as minhas 13 melhores leituras de 2022! Só que dessa vez eu não tecerei comentários sobre cada uma. Vamos combinar assim: a gente conversa sobre eles nos comentários, tá bom?
- As inseparáveis, Simone de Beauvoir (França)
- Five Little Indians, Michelle Good (Canadá)
- Poemas, Wislawa Szymborska (Polônia)
- É sempre a hora da nossa morte amém, Mariana Salomão Carrara (Brasil)
- A pediatra, Andréa del Fuego (Brasil)
- Dust, Yvonne Adhiambo Owuor (Quênia)
- O caminho de casa, Yaa Gyasi (Gana)
- A Disobedient Girl, Ru Freeman (Sri Lanka)
- Depois do fim: Conversas sobre literatura e antropoceno, org. Fabiane Secches (Brasil)
- Middlemarch, George Eliot (Reino Unido)
- Floresta é o nome do mundo, Ursula K. Le Guin (EUA)
- Moby Dick, Herman Melville (EUA)
- Of Water and the Spirit, Malidoma Patrice Somé (Burkina Faso)
E agora eu quero saber quais foram as melhores leituras de 2022 de vocês também! Me contem aí embaixo, por favor!
Veja também: Melhores Leituras de 2021
Oiii Ca! <3
ADOREI sua lista, e parabéns por ter finalizado seu projeto 198 livros! Vc arrasa!!!
Amo os poemas da Wislawa Zsymborska e o livro da Yaa Gyasi.
Me conta um pouquinho do que achou de "A pediatra", "Depois do fim" e "Floresta é o nome do mundo"? Ursula entrou nas nossas melhores leituras do ano, simplesmente maravilhosa.
Beijão!
Nati
“A Pediatra” tem uma daquelas personagens que a gente ama odiar! Você já leu? Eu achei uma leitura muito gostosa, super fluida e divertida. E tem um final que deixa a gente pensando nele por horas depois. O encontro do CLBC teve a presença da autora e foi muito legal ouvir a hipótese dela sobre o que poderia ter acontecido depois da última linha. Se você ainda não leu, vou esperar você ler para a gente discutir.
Acho que você iria gostar de “Floresta é o nome do mundo”, viu? Logo depois dele li “O desejo dos outros: Uma etnografia dos sonhos yanomami” e fiquei me perguntando se a Ursula conhecia um pouco da cultura dos yanomami. Como você já leu “A Queda do Céu”, acho que vai perceber as semelhanças entre eles e os habitantes do mundo que a autora criou. Eles são muito ligados à floresta e os sonhos fazem parte do dia a dia deles de forma muito diferente do que sonhamos. E depois li “Of Water and the Spirit” e consegui ver coisas em comum com a cultura Dagara também. Conhecer mais sobre os povos originários é maravilhoso!
Pra fechar, eu gostei de “Depois do Fim” não exatamente porque me trouxe muitas novidades, mas foi muito legal ver o que muitos escritores que eu admiro pensam sobre o mundo. Nele descobri até que o Itamar Vieira Júnior é vegetariano! rsrs
Beijos!
Muito bom! Não li nenhum deles ainda, mas foram para a lista. Obrigada, Ca!!!!!
Oi, Camila! 13 realmente foi um número de sorte!
Seguindo então vc, minha lista das 13 melhores leituras de 2022 (também em ordem de leitura): 1. A grande história da Evolução (Richard Dawkins); 2. Poeta chileno (Alejandro Zambra); 3. Ensinando pensamento crítico (bell hooks); 4. Palestina (Joe Sacco); 5. A máquina de fazer espanhóis (Valter Hugo Mãe); 6. Calibã e a bruxa (Silvia Federici); 7. Estação Carandiru (Drauzio Varella); 8. Carta a D. (André Gorz); 9. As vinte mil léguas de Charles Darwin (Leda Cartum e Sofia Nestrovski); 10. Poesia completa (Maya Angelou); 11. Dentro da noite veloz ( Ferreira Gullar); 12. Mídia – propaganda política e manipulação (Chomsky); 13. Os despossuídos (Ursula K. Le Guin).
Não li nenhum de sua lista, mas já fiquei curiosa. Vou ler sobre eles. Muito obrigada mais uma vez por compartilhar conosco suas leituras.
Beijos!
P.S.: Moby Dick está na minha lista de futuras leituras já faz um tempo. Quem sabe agora em 2023 ele não mudará para a lista de lidos?!
Eu tinha o ebook da Cosac Naify desde a época em que ela fez um saldão antes de encerrar as atividades. Não fosse o empurrão da Mell, nem sei quando eu leria, mas ainda bem que resolvi encarar. Foi uma leitura muito mais divertida do que eu imaginava.
Cris, da sua lista só li Os Despossuídos e foi uma das minhas melhores leituras de 2020. Em 2021 li A Mão Esquerda da Escuridão e entrou na lista também, E na de 2022 aqui está Ursula K. Le Guin de novo! Tenho que escolher bem o que ler dela esse ano. rsrs
Eu tenho A máquina de fazer espanhóis há muito tempo, ainda tenho que ler. E todo mundo parece ter amado Poeta Chileno!
Beijos!
A mão esquerda da escuridão tá na lista desse ano =) Beijos
Olhei essa lista na Amazon e fiquei curiosa pelo “Dust”… vou colocar na minha lista tb. :) Dos que li em 2022, acho que meu favorito foi o “Amusing ourselves to death”, do Neil Postman, que é uma não-ficção sobre comunicação escrito em 1986, mas super-contemporâneo e visionário. Fiquei curiosa pelo resto da sua lista… Depois conta um pouco aqui no chat.
Aloha!
Lucia, nunca tinha ouvido falar de “Amusing ourselves to death”. Obrigada pela dica!
Se “Dust” te interessou, talvez pela questão do colonialismo na África, pode ser que você também se interesse por “Of Water and the Spirit”. Nele o autor conta que foi sequestrado aos 5 anos por um padre e levado para viver num seminário, do qual escapou quando já tinha 20. Então ele volta para sua casa e tenta se reintegrar ao mundo do qual foi retirado, inclusive passando por um ritual de iniciação. É um retrato maravilhoso da cultura do povo Dagara.
E parece curioso, mas o livro do Canadá, “Five Little Indians”, não foge do mesmo tema. É uma ficção, mas também fala sobre o sequestro de crianças indígenas pela igreja, com o aval do governo. E o mais impressionante é saber que isso realmente aconteceu num período bem mais recente do que a princípio imaginaríamos.